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31 de Janeiro de 2022 Aquaculture Brasil
Preço do peixe em BH registra alta além da inflação

Ir ao supermercado comprar carne de boi já é uma possibilidade vista com distância pelo consumidor. Agora, a inflação pega também outro tipo de proteína: os peixes. Restaurantes de BH, por exemplo, servem os pescados com o mesmo preço da carne vermelha. Mas, com tantos criatórios na Grande BH e em outras cidades do Estado, por que a tilápia, por exemplo, é vendida com preço de cortes nobres bovinos?

Para a economista Gabriela Martins, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio), o peixe tem um preço sazonal. “Quanto mais próximo do Carnaval e da Quaresma, mais o peixe começa a elevar (o valor). O ovo também. O preço médio da tilápia está caríssimo”, diz.

 

 

Segundo Gabriela, tem também a explicação da demanda. “Quando as pessoas deixam de consumir um produto, elas optam por outro. Estão buscando outras proteínas. É um comportamento que temos acompanhado”, explica a especialista. 

O aumento do peixe já chegou às peixarias da capital. O proprietário da Companhia do Mar no bairro Jardim Alvorada, na Pampulha, Felipe Campelo diz que a alta atingiu principalmente o salmão. “De dezembro pra cá, ele teve um aumento de 15% a 20%, pois acompanha o dólar. Como houve uma abertura de mercado nos Estados Unidos, a demanda do salmão chileno cresceu demais. Em 2020, eu comprava a R$ 22 o quilo. Hoje, está na faixa de R$ 50”, afirma o empresário.

Conforme dados da FGV, o preço do salmão aumentou 27,97% nos últimos 12 meses. Queridinha do consumidor, a tilápia também sofreu reajuste: 10,29% no mesmo período. “A tilápia teve um aumento muito grande no ano passado, no meio do ano. Mas, estabilizou. Não tem aumentado muito recentemente, não”, explica Campelo.

Outros cortes também sofreram reajuste além da inflação, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV). A sardinha, por exemplo, teve seu preço aumentado em 14,27% nos últimos 12 meses. O cação pesa mais no bolso em 16,56%. Já a pescada teve crescimento ainda maior: 21,32% em igual período. A exceção fica por conta do camarão, que recuou 2,36% no intervalo pesquisado.

O economista Matheus Peçanha, da FGV, afirma que a elevação do preço da carne de boi puxa outros produtos concorrentes, entre eles, o peixe. “Há uma certa complementariedade, sim. Mas, não tão forte como no caso do etanol e gasolina. Esse mercado (das carnes) tem muito mais itens e ofertantes”, pontua.

 

 

Custo da produção se eleva e preocupa piscicultor mineiro

Responsável por boa parte da piscicultura do Estado, Morada Nova de Minas, na região Central, enfrenta problemas para manter o lucro diante do aumento do custo da produção. 

O presidente da Cooperativa dos Piscicultores do Alto e Médio São Francisco (Coopeixe), Hilton de Oliveira Caixeta, explica as dificuldades enfrentadas. “O milho e o farelo de soja, que são commodities, subiram demais. Isso vai na ração (dos peixes). A proteína animal subiu bastante também. No preço que está sendo vendido hoje, o produtor não está ganhando nada”, lamenta Caixeta. 

Segundo ele, para produzir um quilo de peixe há um gasto de 1,6 kg de ração. Hoje, a ração mais barata é vendida a R$ 3,30 o quilo, segundo o presidente da Coopeixe. “O produtor ainda precisa comprar alevinos (peixes recém-nascidos), tem a mão de obra e o tempo que leva para o peixe ficar pronto. Tivemos que abaixar o preço (do peixe) para vender bem, porque não estamos conseguindo vender”, diz o piscicultor de Morada Nova de Minas.

Ele explica ainda que, quando o consumidor vai ao supermercado, ele sempre procura pelo filé, pois já vem sem espinha, o que facilita o cozimento e deixa o consumo mais agradável, principalmente para idosos e crianças. Neste caso, o custo fica ainda mais elevado para o produtor. “Para fazer o filé, eu gasto, aproximadamente, seis quilos de peixe, além do custo da mão de obra e dos impostos. Hoje, eu gasto tranquilamente R$ 28 para fazer um quilo de filé (de tilápia)”, garante.

 

 

Além dos desafios econômicos, e do preço elevado de outras proteínas, os produtores enfrentam um cenário de pouca demanda interna por peixe. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro come 9,5 kg de peixe por ano. Essa média é ainda menor nos Estados fora da Região Norte. Para se ter uma ideia, o consumo médio da população mundial está além dos 20 kg ao ano. 

Fonte: O tempo

 

Veja também: 

Aplicação do 5g na produção de salmão: tecnologia a favor da aquicultura 

Fraude na cadeia produtiva do pescado: consumidora reclama de pesagem de filé de tilápia

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