Valdemir Paulino dos Santos é Superintendente na Copacol Cooperativa Agroindustrial e atual Presidente do Conselho de Administração da Peixe BR (2021/2023).

Quando se fala em produção de tilápia no Paraná, não tem como não lembrar dessa importate cooperativa: Copacol! Pioneira no estado do PR no sistema de integração na piscicultura, a Copacol conta hoje com 230 associados. A cooperativa também foi uma das primeiras a se associar a Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR) e contribuir no fortalecimento dessa importante entidade.

AQUACULTURE BRASIL: Paulino, primeiramente, fale para nós sobre sua trajetória profissional.

Valdemir Paulino dos Santos: Minha trajetória profissional é muito simples, recém-formado em Administração iniciei na Copacol já na área comercial, isto em 1994. Passei por todas as áreas do comercial nesta Cooperativa. Mercado interno e externo, sempre buscando o aprendizado e aprimoramento profissional. Tendo como meta a excelência na qualidade de produtos e serviços. Aqui fui me desenvolvendo, consegui fazer pós-graduação e MBA’s. Em 2005 assumi a gestão completa da área comercial e hoje estou aqui como Superintendente Comercial e Marketing.

AQUACULTURE BRASIL: Conte-nos sobre a COPACOL. Quais os “business” e números desta importante cooperativa?

Valdemir Paulino dos Santos: A Copacol hoje é destaque na produção de aves estando entre as top five, com abate de 200 milhões de aves em 2021. No pescado somos líderes absolutos, ocupando a primeira posição em tilápia com abate em 2021 de mais de 45 milhões. Faturamos no ano passado 7,9 bilhões, temos 16 mil colaboradores e 6,7 mil associados contando com todas as atividades da coperativa.

AQUACULTURE BRASIL: Como surgiu o interesse da COPACOL em ingressar na piscicultura?

Valdemir Paulino dos Santos: A Copacol iniciou a produção e abate de tilápia para dar mais uma opção de renda a nossos associados. Fomos pioneiros em implantar o sistema de integração de tilápia, modelo semelhante a produção de aves.

AQUACULTURE BRASIL: Fale sobre o modelo de integração da COPACOL. O que vocês oferecem e quais as vantagens para o integrado-piscicultor?

Valdemir Paulino dos Santos: A Copacol oferece os alevinos, a ração e a assistência técnica até a despesca. Já o produtor, entra com a infraestrutura e com o manejo. Uma das grandes vantagens é que nesse modelo de produção o produtor não precisa ter capital de giro para comprar os alevinos e principalmente a ração.

AQUACULTURE BRASIL: Todos os integrados, que produzem os peixes dentro de uma parceria com vocês são necessariamente um cooperado?

Valdemir Paulino dos Santos: Sim, precisa ser um cooperado, participar do sistema cooperativo.

AQUACULTURE BRASIL: Atualmente, qual o números de integrados do segmento de aquicultura da COPACOL?

Valdemir Paulino dos Santos: Atualmente temos 230 produtores integrados.

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AQUACULTURE BRASIL: Sobre a planta processadora de pescado, qual a capacidade diária de produção? Vocês também compram peixes de produtores não integrados?

Valdemir Paulino dos Santos: Possuímos 2 plantas de produção e processamento no oeste do estado do Paraná. Uma no município de Nova Aurora – abatendo cerca de150 mil tilápias/dia e outra no município de Toledo abatendo 30 mil tilápias/dia. Sobre a compra de tilápia de produtores não integrados, é algo bem esporádico, mas fazemos algumas compras pontuais.

AQUACULTURE BRASIL: Quais os principais produtos que vocês fazem a partir das tilápias inteiras adquiridas nas pisciculturas?

Valdemir Paulino dos Santos: Os nossos produtos principais são filé e postas de tilápia.

AQUACULTURE BRASIL: E sobre o mercado nacional, para onde vão as tilápias processadas na COPACOL?

Valdemir Paulino dos Santos: Atuamos em todo o território nacional com 8 filiais de vendas de distribuição!

AQUACULTURE BRASIL: O que motivou a filiação da cooperativa à Peixe BR?

Valdemir Paulino dos Santos: Entendemos que precisamos organizar o setor da piscicultura, a cadeia produtiva, de forma que podemos cooperar com o desenvolvimento do setor como um todo. A entidade associativa bem representada tem força para atuar institucionalmente com órgãos públicos e regulatórios. Assim todos ganham.

AQUACULTURE BRASIL: Recentemente você tornou-se Presidente do Conselho de Administração da Peixe BR. Como tem sido esta experiência?

Valdemir Paulino dos Santos: Estamos junto a Peixe BR desde a sua fundação, éramos meia dúzia de empresas com muitos desafios pela frente, sem recursos e com muita demanda. Hoje somos mais de 100 empresas associadas e estamos já organizados. Então aceitamos a sugestão de ocupar a cadeira de presidente e estamos motivados para trabalhar para o fortalecimento da instituição, juntamente com os outros colegas conselheiros.

AQUACULTURE BRASIL: Você acredita que o modelo atual da piscicultura do oeste do Paraná e Santa Catarina, baseado na criação dos peixes em viveiros de terra, possa mudar, no futuro, para sistemas com mais tecnologia empregada, como os sistemas fechados de produção?

Valdemir Paulino dos Santos: O modelo de tanque escavado hoje é o que tem os melhores indicadores de performance. Caso surja alguma tecnologia que possa apresentar bons resultados, certamente sim. Tudo depende da performance produtiva e qualitativa.

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