As novas cepas do zooplâncton prometem contribuir para melhorar as taxas de sobrevivência e o crescimento das fases larvais e juvenis dos peixes cultivados.
A “janela” entre o uso de rotíferos e náuplios de Artêmia na larvicultura de peixes, em especial os marinhos, pode ser um período delicado e comprometer o resultado final da larvicultura. Diante disso, pesquisadores do RIKEN Nishina Center for Accelerator-Based Science (RNC), no Japão, em colaboração com o Japan Fisheries Research and Education Agency e a Nagasaki University juntaram esforços para criar cepas maiores de rotíferos a partir da mutação por irradiação de feixe de íons pesados.
Espécies economicamente importantes, como o atum rabilho, linguado, garoupas e robalo recebem alimento vivo até que sejam grandes o suficiente para o “desmame” como é chamada a fase em que começam a receber ração. Entre os alimentos vivos, os rotíferos são um dos principais alimentos a serem ofertados as larvas, uma vez que tem um pequeno tamanho, rápida reprodução e podem ser enriquecidos, com ácidos gráxos essenciais por exemplo, para ficarem nutricionalmente mais completos. No entanto, em virtude do pequeno tamanho é utilizado somente nos estádios iniciais, uma vez que na medida que as larvas crescem, necessitam de alimentos maiores, sendo então ofertado os náuplios de Artêmia.
Um rotífero, como o Brachionus plicatilis, utilizado no estudo, pode atingir 240-320 µm em seu tamanho "L" large, enquanto a Artêmia varia de 400-1000 µm. Essa fase de transição entre a alimentação de rotíferos para náuplios de Artêmias pode ser delicada, dada a diferença de tamanho dos alimentos, podendo levar ao canibalismo ou anormalidades de crescimento e redução das taxas de sobrevivência das larvas de peixes.
Ao ajustar o tipo de íon e a dose, o feixe é usado para induzir mutações aleatórias no genoma e as cepas com fenótipos desejáveis podem ser selecionadas. A equipe já obteve sucesso no desenvolvimento de linhas mutantes altamente eficazes de microalgas produtoras de óleo, por exemplo, e o feito também foi obtido com sucesso para uso nos rotíferos. Através da técnica, foi possível selecionar indivíduos maiores e estes foram cultivados com sucesso por várias gerações . Os pesquisadores obtiveram linhagens com tamanhos de 1,1 a 1,2 vezes maior do que a linhagem controle de B. plicatilis. Além do tamanho, os pesquisadores descobriram que algumas das cepas selecionadas tinham um crescimento mais rápido do que as cepas do controle.
Artigo completo:
Tsuneizumi et al. (2021) Application of heavy-ion-beam irradiation to breeding large rotifer. Bioscience, Biotechnology, and Biochemistry. doi: 10.1093/bbb/zbaa094
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