O projeto iFarm visa melhorar a saúde e o bem-estar dos peixes nos tanques-rede com a ajuda de inteligência artificial. Os peixes foram estocados pela terceira vez nos cercados iFarm-net e, nesta fase, o foco está no aprendizado de máquina.

Desta vez, é o local marítimo Hellarvika em Steigen que está sendo equipado com a configuração iFarm nos cercados de rede. É a mesma equipe que foi responsável pelo primeiro peixe iFarm que foi estocado em Martnesvika em 2020, e eles estão ansiosos para ver como será operar o iFarm novamente. “Com a primeira versão do iFarm, tudo era novo e tivemos uma curva de aprendizado incrivelmente íngreme, mas quando começamos as operações, achamos que funcionou muito bem”, diz o gerente do local Tor Hansen em Hellarvika. “Agora, vários ajustes foram feitos tanto na configuração quanto nas operações com base nas experiências adquiridas em Øksnes, onde agora temos a versão dois do iFarm, por isso será emocionante começar as operações e acompanhar como o os peixes prosperam na terceira versão do iFarm”, diz Hansen.

Os sensores e classificadores no foco

Enquanto no teste da versão 1 o foco principal era estabelecer uma compreensão de como o iFarm afeta o comportamento dos peixes e obter aprendizado básico sobre a construção do iFarm, no teste da versão 2 houve muito trabalho com versões alternativas do invólucro do sensor e adaptações operacionais, como alimentar os peixes sob um teto de rede, e obter operações de manejo eficientes em um local de mar com muitos equipamentos extras nos tanques de rede. Quando a versão 3 estiver em uso, o foco estará principalmente nos sensores, na coleta de dados e aprendizado de máquina e no desenvolvimento do mecanismo que classifica os peixes.

“Na Hellarvika, vamos nos concentrar no arranjo do sensor para recuperar imagens com boa qualidade e acompanhar a anotação de parâmetros-chave, como ID do peixe, piolhos, crescimento e bem-estar do peixe na rede, e no desenvolvimento de classificadores”, diz o diretor administrativo da BioSort, Geir Stang Hauge. “Depois de um teste bem-sucedido do classificador de primeira geração em tanques-rede, onde vimos que o mecanismo mecânico de classificação funcionava com peixes nadando pelo sistema, agora estamos testando a segunda geração e tentaremos conduzir os peixes do classificador para outro volume através de um tubo. O objetivo é validar que é possível retirar peixes individuais de acordo com critérios de classificação específicos”, diz Hauge.

O classificador acabará por se tornar autónomo, para que em conjunto com o sistema de sensores do iFarm possa tomar as suas próprias decisões com base em critérios definidos, como a descoberta de piolhos ou feridas. É um processo de desenvolvimento complicado e extenso, que requer o desenvolvimento de visão de máquina precisa, processamento rápido de grandes quantidades de dados e interação com uma unidade de classificação mecânica com seus próprios sistemas de controle.

“É um trabalho complicado, e é um trabalho que nunca foi feito antes, por isso é exigente, mas também muito emocionante”, diz Hauge.

Fatos sobre o projeto iFarm

• iFarm é um conceito baseado em inteligência artificial e aprendizado de máquina, que deve permitir reconhecer cada peixe individual em uma gaiola e dar a ele seu próprio acompanhamento e um registro de saúde separado. Isso proporcionará melhor saúde e bem-estar aos peixes e será um salto quântico para a indústria da aquicultura.

• O projeto iFarm está planejado para durar cinco anos e é uma colaboração entre Cermaq e BioSort. A Cermaq recebeu 4 concessões de desenvolvimento com o iFarm.

• Os primeiros peixes foram lançados na primeira versão do iFarm em setembro de 2020.

Fonte: Fish Focus

https://fishfocus.co.uk/cermaq-has-stocked-fish-in-the-third-version-of-ifarm/

https://www.biosort.no/?lang=en