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Cultivo de Camarões
24 de Julho de 2020 Giovanni Lemos de Mello
5 dicas para criar camarões marinhos em água doce

Sem dúvidas, um dos setores da aquicultura com maior número de informações “técnicas” recentes disponíveis na web é a carcinicultura marinha em águas interiores.

Esta interiorização surgiu em diversas regiões pelo mundo (Ásia, Américas), especialmente após a ocorrência de surtos de enfermidades virais nas regiões produtivas tradicionais, majoritariamente localizadas em áreas litorâneas/estuarinas.

Atualmente, o desenvolvimento dos cultivos “terra a dentro” de Litopenaeus vannamei é também uma aposta mercadológica. Produzir camarões marinhos verdadeiramente frescos próximo a grande centros consumidores é, atualmente, uma interessante opção de investimento.

Preparamos cinco dicas para quem estiver pensando em investir nesta área e não se decepcionar após a implantação do projeto.

  1. Tamanho mínimo da fazenda – Saiba que a aquicultura é um negócio, e não hobby! O projeto necessita ter um tamanho mínimo, que dê escala e dilua os custos fixos de produção. Nada de caixas d´água ou pequenos tanques circulares. Minha aposta: fazendas de no mínimo 1,0 (um) hectare de área produtiva;
  2. Menos é mais –  Na aquicultura, independente da espécie (peixe, molusco, camarão, alga etc.) e do sistema de produção, não é a maior densidade que proporcionará o maior lucro. Sempre existe um ponto de equilíbrio técnico-econômico-sanitário, SEMPRE. Não acredite nas densidades de estocagem ditas pelo WhattsApp. Tenha espaço disponível para o conforto dos animais, o que proporcionará um menor tempo de cultivo, além de fazer com que os camarões atinjam um peso maior. Menos é mais! O mercado remunera melhor os camarões maiores e você “ganha” duas vezes, no peso e no preço! Saia da mesmice da produção de camarões com 10-12 g de peso médio individual. Minha sugestão para sistemas intensivos: 150-250 camarões/m²;
  3. Cuidado com a salinização artificial – Acredito na salinização artificial e procuro estudar bastante esta recente aplicação no Brasil. Entretanto, é importante que todos tenhamos consciência de que esta é uma prática que ainda necessita de uma série de pesquisas. Há problemas em projetos que iniciam na “correria” e salinizam suas águas numa maior “correria” ainda. Pouco se conhece sobre o balanço iônico ao longo do tempo (ao longo do cultivo ou dos cultivos subsequentes) e os efeitos deletérios de íons-traço que se acumulam com o tempo, ou então outros que se tornam deficitários;
  4. Consultores aventureiros -  Cursos de bioflocos se popularizaram mais do que Coca-Cola no Brasil. E é fácil explicar o porquê, em 4 passos: 1) Você adquire um conhecimento básico sobre a área (muito básico!!); 2) Na sequência, você se autopromove como um especialista nas redes sociais; 3) Organiza um curso “inovador” na área de bioflocos, com inscrições limitadas; 4) Reúne um grupo de 20 produtores, cobra 1.000 reais por inscrição e fatura 20 mil reais em apenas dois dias. Em tempos de crise, quem não quer uma oportunidade destas? Consulte o currículo do instrutor, suas experiências na área e, fundamentalmente, os seus PROJETOS EM OPERAÇÃO. Peça referências! Lamentavelmente, há mais porcarias do que informações sérias no Youtube e mídias sociais sobre a carcinicultura marinha intensiva e muitos produtores/investidores já foram lesados. Por sorte, o Brasil dispõe de vários consultores especializados nesta área. São eles que você deve entrar em contato;
  5. Atenção às novas tecnologias – Diariamente, e sem exageros, DIARIAMENTE, surge um novo equipamento ou um novo produto para o carcinicultor utilizar em sua fazenda. É bastante positivo e extremamente relevante que a indústria traga constantemente novas soluções visando melhorar o processo produtivo. Entretanto, às vezes, esta “enxurrada” de informações, equipamentos e produtos confunde o produtor, especialmente, quem é marinheiro de primeira viagem. Existem novas soluções muito interessantes e, por outro lado, existem empresas apenas tentando tirar proveito da situação. Confie na sua assessoria técnica e no seu projeto! Não tente reconstruir o navio após ele estar navegando em águas profundas. Pense criteriosamente em tudo antes de iniciar e então comece e vá adiante! O que tem de gente em grupos de WhattsApp vendendo bombas, motores, mangueiras, peças, rações, insumos, não é brincadeira. Minha vontade é sempre perguntar: Por que comprou?

 

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Autor:
Dr. Giovanni Lemos de Mello
Editor Aquaculture Brasil
Professor da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)
giovannidemello@gmail.com
@giovannidemello

Veja também:

Tratáguas - o equilíbrio iônico para a sua produção de camarão

Aquatec - A qualidade do seu camarão nasce aqui 

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