Quem não gostaria de cultivar camarão em um grande centro urbano, próximo a restaurantes e consumidores, sem altos custos de implantação, logística, problemas ambientais ou doenças? Parece o sonho de muito aquicultor pelo mundo, porém já está se transformando em realidade no estado de Oaxaca, no México.

A empresa ATARRAYA inc desenvolveu o Shrimpbox e pretende revolucionar a maneira como cultivamos camarão superintensivo. A receita é bem simples e bastante conhecida na aquicultura: um sistema de bioflocos em estufa, RAS e automação de processos, tudo isso dentro de contêiner marítimo de 12 metros. Em outras palavras: uma fazenda compacta.

O seu fundador, o mexicano Daniel Russek, iniciou o projeto ao perceber os altos custos na implementação de cultivos tradicionais em RAS, suas implicações ambientais e o perigo de doenças nos cultivos. Além disso, os altos custos de transporte aéreo para os Estados Unidos, seu principal mercado, e as questões regulatórias tornavam o cultivo tradicional inviável, com retornos nos investimentos em quatro ou cinco anos. Com o Know how adquirido nos sistemas de bioflocos, larvicultura e produção de ração na própria empresa, em 2020 Russek e sua equipe construíram o primeiro protótipo.

O Shrimpbox consiste em dois tanques de cultivo sobrepostos, com sistema bioflocos para neutralização do nitrogênio e sala de controle automatizado de bombas, sensores de oxigênio e coleta de resíduos. Tudo isso com o auxílio de um software de controle para alimentação e outros parâmetros bioquímicos, permitindo redução de 99,5% de troca de água do sistema, um antigo problema que precisava ser resolvido. Outro resultado foi a eficiência energética muito parecida como uma estufa, diminuindo a relação água-ar e assim também a perda de calor no sistema, podendo replicar o projeto em outros locais onde o clima era um impeditivo.

O resultado, segundo a empresa, é a produção de 1,6 toneladas/ano de camarão com até 30g por cada unidade shrimpbox. A experiência já está acontecendo na cidade norte americana de Indianapolis, estado de Indiana, onde está instalada a primeira unidade e serve de centro de treinamento para futuros operadores. Para ser um distribuidor em grande escala comparado aos métodos tradicionais, os idealizadores do projeto recomendam pelo menos 100 unidades.

O público-alvo são empreendedores que já tiveram a experiência de cultivar camarões, porém desistiram do ramo, distribuidores de camarões frescos e vivos atuantes nos mercados e produtores rurais que buscam diversificar o ramo de atuação ou investidores dispostos a desembolsar US$ 25.000 dólares, mais os custos de transporte. A meta da empresa é conquistar 5% do mercado norte americano em 10 anos, atuando também como fornecedor de ração e pós-larvas e pretende exportar para outros países como Austrália, Dubai e Canadá.

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Fonte: Atarraya inc