Pesquisadores da Universidade de Cambridge, na Inglaterra, conseguiram manter um computador funcionando continuamente por seis meses usando apenas a energia produzida por algas. O sistema possui uma espécie de alga chamada Synechocystis que coleta energia naturalmente do Sol por meio da fotossíntese.
Segundos os cientistas, uma pequena quantidade de eletricidade gerada pelo dispositivo — que tem o tamanho de uma bateria AA — interage com um eletrodo de alumínio, fazendo com que um microprocessador possa ser alimentado ininterruptamente por longos períodos.
“Esse sistema tem um potencial incrível como uma maneira confiável e renovável para alimentar pequenos dispositivos eletrônicos como relógios inteligentes, ou na Internet das Coisas, com etiquetas que compartilham dados em tempo real”, explica o professor de bioquímica Christopher Howe, autor principal do estudo.
Para testar o protótipo, os cientistas colocaram o computador para funcionar em ciclos de 45 minutos — simulando uma carga de trabalho computacional que exigia 0,3 microwatts de energia — e 15 minutos em modo de espera, consumindo apenas 0,24 microwatts de eletricidade.
Computador funcionou por seis meses usando apenas a energia gerada pela fotossíntese das algas (Imagem: Reprodução/University of Cambridge)
Durante aproximadamente seis meses, não houve interrupções de energia e, nos seis meses seguintes, as cianobactérias continuaram a produzir eletricidade, mostrando que o equipamento poderia funcionar por longos períodos usando apenas a energia proveniente da fotossíntese.
“A crescente Internet das Coisas precisa de uma quantidade cada vez maior de energia. Em vez de armazenar essa eletricidade como uma bateria convencional, nosso dispositivo fotossintético consegue gerá-la continuamente usando apenas luz ambiente e água para funcionar”, acrescenta Howe.
Esquema de funcionamento do computador que usa algas como fonte de energia (Imagem: Reprodução/University of Cambridge)
Durante os testes realizados pelos cientistas, uma colônia de algas Synechocystis foi usada para alimentar um chip Arm Cortex M0+ — um microprocessador que consome pouca eletricidade — amplamente utilizado em equipamentos de Internet das Coisas como tags e aparelhos vestíveis.
“Acreditamos que esses dispositivos eficazes podem ser produzidos de forma muito barata com materiais recicláveis. Se estivermos certos, esses geradores feitos à base de algas comuns poderão ter aplicações comerciais viáveis dentro de cinco ou seis anos”, prevê o professor Christopher Howe.
Embora esta experiência não conduza à criação de fontes de alimentação para dispositivos mais potentes, demonstra muito potencial no mercado dos pequenos dispositivos IoT, um setor que pode chegar a 1 bilião de dispositivos instalados em 2035, tornando a sua alimentação pelos meios tradicionais menos prática. Essa tecnologia também pode ser usada para alimentar sensores ambientais ou carregadores para telefones que funcionem em locais remotos onde a rede eléctrica não chega.
Fonte: New Scientist I Por: Matthew Sparks
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