A produção brasileira de peixes de cultivo, em 2021, teve aumento um pouco abaixo do que era esperado pelo mercado. Saiu das 802,930 toneladas (t), em 2020, para 841,005 t, crescimento de 4,7%. Esses são dados do Anuário Peixe BR, da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), divulgados ontem (22) em live com jornalistas, empresários do setor, diretores da associação e com a presença da Chefe-Geral da Embrapa Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), Danielle de Bem Luíz. Este crescimento, conforme a Peixe BR, acumula 45% de aumento desde 2014.
A tilápia manteve seu bom desempenho e já representa 65,3% da produção de peixes de cultivo no Brasil. Conforme consta do Anuário, no ano passado foram produzidas 534.005 toneladas no País, com aumento de 9,8% sobre o desempenho do ano anterior (486.155 t).
A espécie está presente em todas as regiões do Brasil, com maior ou menor relevância – informa a Peixe BR, por meio do Anuário.
A liberação do cultivo da espécie por em alguns estados da região Norte, onde predomina a criação de peixes nativos, começa a dar resultados. O levantamento da Peixe BR aponta que em 2021 foram produzidos, na região, 860 toneladas, um volume pequeno, mas que representa incremento de quase 40% sobre o ano anterior (620 t).
O Sul – registra o relatório da Peixe BR -, lidera com folga, a produção de tilápia. A espécie representa 86% de todos os peixes de cultivo na região. No total, são 231.900 t nos três estados sulistas: cerca de 43,4% da produção nacional.
O Sudeste vem a seguir com 27% da produção total de tilápia (144.340 t), com destaque para São Paulo e Minas Gerais. Juntos, Sul e Sudeste detêm 70% do cultivo no país.
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O Centro-Oeste também avança no cultivo de tilápia, representando em torno de 11,5% (61.650 t) e se aproxima do Nordeste, que com 95.300 t no ano passado participa com 18% do total – registra o Anuário.
No ranking nacional da produção de tilápia, os quatro maiores produtores são:
1º Paraná, com 182.000 t;
2º São Paulo, com 76.140 t;
3º Santa Catarina, com 41.700 t
4º Mato Grosso do Sul, com 34,450 t.
Para a Peixe BR, a produção de peixes nativos, principalmente de amazônicos recuou, mas mantém sua força e potencial. Liderados pelo tambaqui, essa categoria de peixes representa 31,2% da produção nacional, em 2021, com 262.370 t. Resultado 5,85% inferior ao produzido em 2020, que foi de 278.671 t.
A Peixe BR argumenta que vários fatores interferem no segmento de peixes nativos. Alguns deles são a regularização ambiental nos estados produtores, a necessidade de investimentos em infraestrutura de processamento e de insumos, além das dificuldades de comercialização impostas pela pandemia.
Mas esses não são os únicos obstáculos aos peixes nativos. De acordo com a Peixe BR, falta também apoio oficial nos estados da região Norte para que as principais espécies tenham o respaldo necessário para crescimento.
Um ponto importante é a questão ambiental. Sem a regularização, os produtores não podem obter crédito. É imperioso que os governos estaduais olhem com muita atenção para esse fator, essencial para o cultivo dos nativos reverter a tendência e voltar a crescer - destaca Francisco Medeiros, presidente executivo da Associação Brasileira da Piscicultura.
A produção de peixes nativos está concentrada nas regiões Norte (143.850 t: 57% do total), Nordeste (53.675 t: 20,5%) e Centro-Oeste (49.250 t: cerca de 19%). Somente o Ceará não registra presença de nativos, aponta levantamento do Anuário.
O potencial é imenso. É preciso olhar com muito carinho para o segmento. Esse é um desafio coletivo. Os peixes nativos representam um impressionante patrimônio nacional. São centenas de espécies com viabilidade econômica. Porém, os produtores estão acuados, sem motivação para grandes investimentos.
Fonte: Piscishow
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