As rações para o cultivo de camarões são formuladas para atender parcialmente ou integralmente as necessidades nutricionais dos camarões sempre objetivando um melhor alinhamento da relação custo-benefício. Portanto, o mercado brasileiro oferece uma linha de produtos bem diferenciada, tanto em termos de preço como de qualidade e conteúdo nutricional, de forma a atender as diferentes fases de desenvolvimento dos camarões e sistemas produtivos em operação no País, do extensivo ao superintensivo, da baixa a alta salinidade, ou da fase inicial de crescimento (larval e pós-larval) até as etapas de engorda e reprodução dos camarões (Figura 1). 

Figura 1. Relação entre sistemas de produção de camarão (ton./ha) e preço médio da ração (USD/ton.). A contribuição nutricional do alimento natural para os camarões é reduzida na medida em que se intensifica a produção. 

Isso não significa que rações mais baratas não possam ser empregadas, por exemplo, em sistemas extensivos (<10 camarões/m2), em que pode ocorrer uma contribuição nutricional significativa do alimento natural (poliquetas, copépodos, rotíferos, etc.) para o crescimento dos camarões.

Entretanto, definitivamente, rações com menor custo de formulação (i.e., somatória do preço x percentual de inclusão dos ingredientes e aditivos empregados) também apresentam um menor valor nutricional e menor digestibilidade de forma a justificar seu valor de mercado.

Consequentemente, são menos aproveitadas pelos camarões, possuem maior potencial poluidor nos viveiros e resultam em um menor desempenho zootécnico. Estas situações podem não representar um problema em sistemas de cultivo menos intensivos em que o aporte de material orgânico (excretas dos camarões, resíduos de ração) é baixo, e, portanto, remineralizado. Além do que, parte da nutrição dos camarões é suplementada pelo alimento natural encontrado nos viveiros.

Fonte: Alberto J. P. Nunes. LABOMAR – Instituto de Ciências do Mar – Universidade do Ceará