O projeto “Lunar Hatch” que pretende criar peixes na Lua é uma das cerca de 300 ideias atualmente em avaliação pela Agência Espacial Europeia (ESA). A proposta surgiu depois que a agência espacial divulgou no ano passado que pretende construir uma base permanente na lua, a “Moon Village”, e um dos principais desafios é a autonomia alimentar.

Assim, com as recentes descobertas de água na Lua a possibilidade de uma aquicultura espacial começou a movimentar os pesquisadores. Além de os peixes cultivados serem uma opção saudável e nutritiva no cardápio dos astronautas, o cultivo de animais aquáticos pode trazer também benefícios para a saúde mental, uma vez que os astronautas vão passar mais tempo na lua.

Hoje normalmente eles passam o tempo cuidando e visitando as plantas que cultivam a bordo, comenta Luke Roberson, pesquisador do Kennedy Space Center da NASA. “Adicione a isso um peixe de estimação ou um invertebrado de estimação – permitiria um outro nível de benefício psicológico. Faz com que pareça mais humano ”, diz Roberson.

E será que é possível produzir peixes na lua? Os primeiros testes já começaram e estão publicados na Aquaculture International.

O primeiro objetivo do programa é desenvolver um método para enviar os ovos de peixes para o espaço e programar sua eclosão em um sistema multitrófico integrado na lua. Para isso, foi iniciado uma série de experimentos que simulavam o intenso tremor de uma decolagem típica de um foguete espacial.

Assim, ovos de Robalo europeu ( Dicentrarchus labrax ) e corvina (Argyrosomus regius), produzidos na estação de aquicultura Ifremer, na França,  foram submetidos a dois minutos de um tremor que simularam os motores do foguete ganhando vida, seguido por outros oito minutos de trepidação intensificada – semelhante a subida do foguete.

Após testadas as condições os ovos foram avaliados quanto a sua taxa de eclosão e os resultados mostram-se excelentes. Para o robalo 76% dos ovos eclodiram e para a corvina os resultados foram ainda melhores, 95% deles eclodiram.

A equipe não descarta o teste com outras espécies de peixes e e outros organismos, como mexilhões e camarão!

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