Piscicultores que atuam no açude Castanhão apontam a impossibilidade da retomada da produção de tilápia em cativeiro na bacia do maior reservatório do Ceará.
Segundo os produtores, o baixo volume do reservatório, a suspensão da transposição das águas do rio São Francisco, chuvas reduzidas e liberação do recurso hídrico para o Eixão das Águas impediram o desenvolvimento do trabalho deles.
“A nossa esperança já se acabou, foi curta, não durou nem um mês para a ampliação das gaiolas com tilápia no Castanhão. E só podemos esperar por Deus e aguardar o ano que vem”. A frase em tom de lamento é do piscicultor Laudo Clementino, que ainda resiste e mantém um pequeno criatório em tanques-rede no local.
A secretaria de Desenvolvimento Econômico e Aquicultura de Jaguaribara apontou que, neste ano, com o cenário atual não há mais como retomar e ampliar a produção de tilápia no gigante Castanhão porque o volume permanece reduzido.
Para a titular da pasta municipal, Lívia Barreto, a suspensão da transposição do rio São Francisco para o Ceará por 45 dias piorou ainda mais o cenário. A secretária mostra preocupação com o quadro atual. “Havia sim uma expectativa de que neste ano a produção seria retomada com a chegada das águas do São Francisco”, disse.
Lívia Barreto frisou que centenas de produtores estão com dívidas rurais nos bancos oficiais devido às perdas com os eventos de mortandade e a impossibilidade de pagar os financiamentos contratados. “Os piscicultores estão sem crédito porque permanecem devedores e também não há licença ambiental para a retomada dos criatórios com o volume atual”.
A autorização para a instalação de gaiolas só é concedida quando o reservatório atinge pelo menos, 20%. A economia local sofre o impacto da crise no setor de piscicultura: queda de receita em torno de 70%, segundo a prefeitura, e centenas de desemprego. Atualmente o açude Castanhão acumula apenas 12% de sua capacidade.
Em 2012, o Castanhão estava entre os maiores produtores do País, assumindo o ranking em 2013 com pouco mais de 22 mil toneladas de tilápia produzidas naquele ano, beneficiando em torno de duas mil famílias com empregos diretos e indiretos.
Atualmente, o Castanhão produz apenas 300 toneladas de tilápia por mês, com apenas 40 piscicultores que se mantêm na atividade.
Fonte: Diário do Nordeste
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