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Piscicultura Marinha
01 de Março de 2017 Ricardo Vieira Rodrigues
Produção do Peixe Palhaço Amphiprion Sp.

Na edição passada da Aquaculture Brasil quando escrevi sobre produção de peixes marinhos, coincidentemente foi publicada a matéria “Desenvolvimento de tecnologia para produção de peixes ornamentais marinhos no LAPOM/UFSC” de autoria de Ozório e colaboradores. A matéria e a edição trazem aspectos muito semelhantes sobre os peixes ornamentais marinhos (mais detalhes nas páginas 48-51 da 4°ed da revista Aquaculture Brasil). Dando continuidade ao tema, nessa edição vou abordar a produção de peixes palhaços do gênero Amphiprion.

Os reprodutores de peixe palhaço são mantidos em casais em aquários de 30L com um substrato para que ocorram as desovas (Figura 1). Comparado a outras espécies de peixes ornamentais, eles aceitam com facilidade uma grande variedade de alimentos, como ração seca, uma variedade de alimentos congelados (pedaços de peixe ou camarão, artêmia) e ração úmida.

 

 

As rações úmidas são muito bem aceitas e refletem um excelente resultado nas desovas, podendo ser intercaladas com fornecimento de rações secas. A partir de uma boa manutenção da qualidade de água e um alimento de qualidade, um mesmo casal de reprodutores apresenta desovas a cada 15 dias. Quanto à fecundidade, esta varia de acordo com a espécie, mas são de 500 até aproximadamente 1500 ovos a cada desova. A incubação dos ovos é realizada junto aos casais e horas antes da eclosão esses ovos que são demersais aderentes, eclodem em tanques ou aquários de pequenos volumes (10-20L) na mesma noite em que foram retirados dos casais. O período de incubação com os reprodutores é de 8 a 9 dias, dependo da temperatura em que os casais são mantidos, geralmente entre 26 a 28ºC.

Após a eclosão das larvas, a larvicultura pode ser realizada em sistemas de recirculação de água ou em sistema semi-estático, com renovações parciais para manter a qualidade da água e renovação do alimento vivo no tanque de larvicultura. A larvicultura é realizada em sistema de “água verde” que consiste da inoculação do fitoplâncton (geralmente Nannochloropsis sp.) juntamente com a adição do rotífero (Brachionus sp.). Logo após a alimentação com rotíferos as larvas são alimentadas com náuplios de artêmia e artêmias enriquecidas, posteriormente. Por fim, é administrada a ração que inicialmente deve conter entre 300 e 500 micrometros. Toda transição alimentar deve ser realizada com um período de co-alimentação entre ambos os alimentos, como mostra o protocolo de alimentação (Figura 2). Existem muitos protocolos diferentes de larvicultura, para mais detalhes conferir Hoff (1996).

Após a larvicultura que tem duração de 15 dias, em 3 meses os juvenis já estão entre 2-3 cm, tamanho mais comumente comercializado. Nesse período os juvenis são geralmente mantidos em sistemas de recirculação de água, onde são alimentados de 3 a 4 vezes ao dia.

Além das 30 espécies de peixes palhaços existentes, atualmente existem disponíveis no mercado uma grande variedade de híbridos destes peixes. Os híbridos possuem um padrão de coloração completamente diferenciado como o “snow flake”, “picasso” e “platinum”, entre outros. Consequentemente, o custo desses exemplares é mais elevado, com um peixe podendo ser comercializado com valores superiores a 300 reais.

 

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Ricardo Vieira Rodrigues

Ricardo Vieira Rodrigues é biólogo, mestre e doutor em Aquicultura pela Universidade Federal do Rio Grande - FURG. Dedicou toda sua atuação profissional, desde a graduação em atividades relacionas a piscicultura marinha. Até o momento já atuou em estudos relacionados a produção de mais 10 espécies de peixes marinhos, desde a reprodução até a engorda. Atualmente é professor Titular-Livre da FURG e professor permanente do Programa de Pós-graduação em Aquicultura da FURG, orientando estudantes da graduação, mestrado e doutorado. Suas principais linhas de atuação incluem reprodução e larvicultura de peixes marinhos, ecotoxicologia aplicada a aquicultura, produção de peixes ornamentais marinhos e produção de organismos aquáticos em sistemas de recirculação de água.

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