A remoção de sólidos é uma das principais etapas em um sistema de recirculação de água (RAS). Como é previsível, os sólidos presentes em um RAS são proveniente basicamente de restos de alimentos e fezes. A decomposição dessas partículas na água resulta em um consumo significativo de oxigênio e na produção de grandes quantidades de amônia nitrogenada, o que torna a remoção desse material uma prioridade em um RAS.
Quanto a divisão, os sólidos são divididos em três diferentes categorias: sedimentáveis (SS), suspensos e dissolvidos ou partículas finas. Os que mais necessitam da nossa atenção são os SS e os suspensos. Os SS são os maiores, possuem uma faixa de tamanho de cerca de 100 micras, sendo os mais fáceis de manejar que por isso devem ser removidos dos tanques rapidamente.
O uso de saída de água dos tanques pelo fundo e a utilização de padrões de circulação e de tanques com formatos arredondados e sem agitação, tornam a tarefa mais fácil. Com isso, após se acumularem, os SS podem ser removidos diretamente do tanque através de purga, ou juntamente com todo o fluxo do de água para remoção em um reservatório ou filtro de sedimentação com passagem lenta.
Sistemas para aquicultura, geralmente removem sólidos até a faixa de 50 micras. Para essa faixa de partículas, os métodos mais utilizados são as mídias granulares, telas e hidrociclone pressurizado. Nesses filtros, a água é bombeada através do meio filtrante de modo que essas partículas fiquem retidas e possam ser removidas dos filtros. Partículas de menor tamanho (<30 micras) normalmente são removidas através de Protein Skimmers ou utilização de ozônio, mas isso será tema em outra oportunidade.
O que tenho observado é que os centros de pesquisa e produção que visito no Brasil ainda estão repetindo metodologias antigas, iniciadas pelos professores dos professores. Muitos dos sistemas geralmente não levam em consideração as faixas de tamanho de partículas e esquecem que após a remoção dos sólidos dos tanques de cultivo, estes precisam ser removidos do sistema, o que mantém o problema descrito no primeiro parágrafo sobre o consumo de oxigênio e da produção de nitrogenados no sistema.
É muito comum encontrar sistemas que utilizam toneladas de brita, cascalho ou areia como meio filtrante. Apesar de muito barato, esses materiais tornam a tarefa de remoção dos sólidos acumulados muito trabalhosa ou inviável, o que torna o filtro ineficiente e prejudicial a longo prazo.
Atualmente existe uma gama crescente de soluções para a remoção de sólidos da água. Alguns filtros já são autolimpantes, outros são operados manualmente com válvulas que fazem com que a limpeza seja feita em questão de minutos e sem qualquer tipo de sujeira ou risco de um banho inesperado. A seleção de métodos e equipamentos adequados tornam um sistema fácil de operar, mantém os níveis de qualidade de água estáveis, com baixo consumo de energia elétrica e principalmente, de água.
Faça o download e confira o texto completo com todas as ilustrações. Clique aqui
Marcelo Shei é Biólogo Marinho, Doutor em Aquicultura pela FURG. Fundador da Altamar Equipamentos Aquáticos, empresa que atua na distribuição e desenvolvimento de equipamentos para bombeamento, filtração, desinfecção de água para Aquicultura. Em campo, possui experiência em larvicultura de organismos aquáticos, principalmente peixes marinhos, organismos-alimento e espécies ornamentais.
Atualidades e Tendências da Aquicultura
Extensão Rural e assistência técnica aquícola
Preencha todos os campos obrigatórios.
No momento não conseguimos enviar seu e-mail, você pode mandar mensagem diretamente para contato@aquaculturebrasil.com.
Contato enviado com sucesso, em breve retornamos.
Preencha todos os campos obrigatórios.
Preencha todos os campos obrigatórios.
Você será redirecionado em alguns segundos!