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Sanidade Aquícola
01 de Outubro de 2016 Santiago Benites de Pádua
A biosseguridade é a solução para os desafios sanitários da piscicultura brasileira?

Nos últimos anos os conceitos de biossegurança e biosseguridade estão sendo introduzidos na realidade da piscicultura brasileira, porém, ainda de forma discreta e pouco representativa no contexto nacional. A biosseguridade reúne uma série de es-tratégias e ações que em conjunto promovem a interrupção da circulação de patógenos em um sistema de produção animal, prezando pela saúde do plantel. Por outro lado, as medidas de biossegurança reúnem estratégias e ações que zelam especialmente pela saúde das pessoas envolvidas, estando bastante relacionadas também com a segurança do trabalho. Estes dois conceitos andam juntos e devem ser implementados na rotina da piscicultura para que possamos alcançar um crescimento ordenado, responsável e com estabilidade na produção.

Nos últimos anos, podemos listar a introdução e emergência de novas doenças na piscicultura nacional, como a franciselose que impacta a tilapicultura, a infecção por acantocéfalos em peixes redondos e branquiomicose para bagres nativos. Neste cenário, é necessário haver esforços para conhecermos a biologia destes patógenos, incluindo sua manutenção no ambiente de criação animal, seus mecanismos de infecção, transmissão e aspectos patológicos da doença. Somente desta forma, poderemos orquestrar medidas contra a livre circulação destas doenças, especialmente com foco em promover maior salubridade no ambiente de produção, com descontaminação e implantação de barreiras sanitárias efetivas. Caso contrário, o crescimento desordenado, sem respeitar os princípios de saúde animal e ambiental irá chegar ao ponto em que a atividade de criação se tornará insustentável, amargando prejuízos pela depreciação do ambiente juntamente com alta pressão de patógenos.

 

 

Para o futuro da piscicultura, certamente os desafios sanitários serão maiores e mais frequentes. Sejam eles pela emergência de novos patógenos, bem como pela mudança dos aspectos de resistência e patogenicidade dos agentes etiológicos que conhecemos atualmente na rotina das fazendas de criação. Portanto, precisaremos nos preparar e nos antecipar a esta situação, para que esta indústria emergente não sofra grandes impactos em sua fase de consolidação. E como poderemos nos preparar? O primeiro passo a ser dado é com a formação de recursos humanos capacitados e dispostos a se debruçar sobre estas questões. Outro fator importante é experimentar das estratégias de sucesso em outras atividades de criação animal praticadas no Brasil, especialmente suinocultura e avicultura, bem como nos inspirar em modelos que já estão em operação na aquicultura internacional, especialmente na salmonicultura. Desta forma, teremos condições de avançar a passos largos para alcançar e implementar um modelo próprio para nossa piscicultura.

Portanto, as medidas de biosseguridade certamente serão pré-requisitos para uma maior competitividade e consolidação da piscicultura nacional, sendo um item crucial para a gestão sanitária e sustentabilidade da criação de peixes no Brasil. Contudo, precisamos ajustar um modelo próprio, adequado para cada realidade das espécies criadas nas diferentes regiões de nosso país, sendo pouco provável obtermos um modelo único para todas as espécies que produzimos atualmente. Este certamente será o maior desafio!

 

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Capa do colunista Santiago Benites de Pádua
Santiago Benites de Pádua

Possui graduação em Medicina Veterinária (2010) e mestrado em Aquicultura (2013) pelo Centro de Aquicultura da Unesp de Jaboticabal – CAUNESP. Desenvolveu atividades em pesquisa no Laboratório de Piscicultura da Embrapa Agropecuária Oeste-MS (2007 – 2011) e no Laboratório de Patologia de Organismos Aquáticos (LAPOA) do CAUNESP (2011 – 2013), sendo parceiro do Laboratório AQUOS – Sanidade de Organismos Aquáticos, UFSC (desde 2011). Possui dezenas de artigos científicos publicados, atuando como revisor em periódicos especializados internacionais e nacional, além possuir capítulos de livros e um livro publicado. Tem atuado principalmente em Aquicultura, com ênfase nos seguintes temas: diagnóstico, parasitos de peixes, doenças bacterianas, viroses emergentes, histopatologia, manejo sanitário em pisciculturas, controle e erradicação de doenças em fazendas-berçário produtoras de alevinos.

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