Olá, me chamo Gabriela Tomas Jerônimo, nascida e criada em Laguna, na Santa e Bela Catarina, mãe da Lorena. Engenheira de Aquicultura formada na Universidade Federal de Santa Catarina há 16 anos, e até então, apaixonada e entusiasta dessa área que tanto me fascina.

Desde 2005 direciono minhas pesquisas à Sanidade de Organismos Aquáticos, especialmente de peixes de água doce e a partir daí pude vivenciar muitas experiências em diferentes cantinhos desse Brasilzão. Em 2005/2006 comecei a me aventurar pelas pisciculturas do Estado de Santa Catarina, prospectando agentes etiológicos parasitários que acometiam as propriedades produtoras de tilápias e carpas, situadas em Joinville, Massaranduba, Blumenau, Gaspar, Itajaí, Ituporanga, Chapecó, Tubarão, Braço do Norte, Rio Fortuna, Armazém, Grão Pará, entre outras. Essas iniciativas eram para fins de pesquisa do Laboratório AQUOS da Universidade Federal de Santa Catarina, onde desenvolvi meu mestrado. Essas oportunidades, me deixaram encantada por pesquisas mais aplicadas ao campo, tanto pelo ambiente em si, pelo acolhimento do produtor, mas principalmente pela troca de conhecimento que existia (ainda existe...) na interface academia/produção.

Posteriormente, em 2010, com a mesma finalidade de prospecção, ousei um pouquinho e fui desbravar os peixes nativos em Mato Grosso do Sul. A proposta era desse mesmo laboratório da UFSC em parceria à uma equipe supercompetente da Embrapa Agropecuária Oeste. Nessa ocasião, as pisciculturas direcionavam suas produções ao pacu, cachara, pirarara, e os famosos híbridos, tambacu, pincachara (ponto e vírgula) e jundiara. Mesmo levando tempo para ganhar confiança dos produtores (e ganhei!!) com o meu 1m e meio de altura (risos), foram experiências incríveis e que possibilitaram defender meu doutorado em 2013, resultado de um intenso trabalho realizado na região de Dourados. Concomitante a essa vivência iniciei minha carreira como docente no ensino superior, e a partir daí, não parei mais, pois foi outra paixão à primeira vista. Passei por universidades de iniciativa pública e privada, lecionando sobre Aquicultura, mas principalmente sobre Patologia de Organismos Aquáticos.

Mas logo em 2015, a região Norte ganhou meu coração. Manaus me recebeu de braços abertos para atuar como docente e pesquisadora. A bola da vez, foi então os gigantes: tambaqui e pirarucu. Mas inicialmente, as pesquisas foram direcionadas na tentativa de sanar uma problemática que acometeu os cultivos de peixes, que foram os acantocéfalos, parasitos de tambaqui. E paralelamente foram realizadas parcerias com grupos de pesquisas locais, que expandiram o leque de possibilidades, inclusive voltar às pesquisas ao campo novamente, dessa vez, aquelas situadas na pelo interior do estado do Amazonas. Como era um ciclo finito, e igualmente às demais ocasiões, me entreguei completamente ao meu propósito naquele momento, e finalizei este ciclo com muita gratidão no coração, pois foi muita vida vivida e muita experiência acumulada.

Mais recentemente, paralelamente às pesquisas junto ao Laboratório AQUOS, adquiri experiência no desenvolvimento de produtos para saúde aquícola na iniciativa privada. Hoje atuo como docente e consultora aquícola como especialista em estudos clínicos para diversas empresas do segmento.

Gostaria de agradecer à equipe da AB pelo convite de se juntar a esse time de colunistas de peso, e espero que minhas experiências possam contribuir com os esforços desse time que almejam o desenvolvimento e fortalecimento da Aquicultura no país e no mundo.

Autora: Dra. Gabriela Tomas Jerônimo