Colunas
Extensão Rural e assistência técnica aquícola
31 de Janeiro de 2024 Rui Donizete Teixeira
IDAM-Amazonas - Exemplo de órgão de Extensão Rural na região Norte

 

 

Nesta coluna da revista, tenho apresentado os desafios da extensão rural aquícola brasileira, descrevendo com detalhes a situação delicada que ocorre em diversos Estados nos órgãos de Extensão Rural. Geralmente há falta de profissionais, especialmente em aquicultura, do sucateamento das estruturas da entidade, às vezes falta até recursos financeiros para abastecer os veículos oficiais de campo. Situações que demonstram a falta de prioridade e compromissos destes Governos nesta área, fundamental para aqueles que estão no meio rural, estes produtores que são responsáveis por levar o alimento para a população urbana.

Mas também tem sido um espaço que, de forma estratégica, tenho apresentado alguns cases de sucesso, de exemplos de órgãos que realizam um trabalho muito interessante de fortalecimento da sua organização, e com isso refletindo na eficácia das atividades de extensão rural e aquícola e assistência técnica no Estado.

Já compartilhei alguns exemplos de órgãos de Extensão Rural bem-sucedidos, com histórias exitosas como a Epagri de Santa Catarina; e a Emater-Paraná, e tais artigos, pela riqueza de detalhes descritas, tornaram-se um acervo histórico da extensão rural do Brasil.

Nesta última coluna, resolvi trazer um outro case de sucesso, desta vez, da região norte, sobre o órgão de extensão rural do Estado do Amazonas, o IDAM. Esta entidade possui uma rica e exitosa história, graças à realização de um programa muito bem estruturado de extensão no estado amazônico, em que houve uma preocupação exatamente com o detalhamento e a execução efetiva do programa por meio das ações e atividades que tem sido realizada desde 1966, ano do início da implantação deste órgão de Serviço de extensão Rural no Estado do Amazonas, o maior da região Norte do Brasil.

Resumo da cronologia da extensão no Estado do Amazonas.

Para que se possa avaliar a dimensão desta rica história e entenda o porquê o IDAM é um exemplo de sucesso de gestão nesta área de extensão rural, se fez necessário, pesquisar e coletar pacientemente informações e por meio de uma longa entrevista com o mestre Paulo Ramos Rolim - Engenheiro de Pesca, sendo o mais antigo extensionista em ativa do órgão, completando este ano 2024 (49 anos atuando na extensão). Isto permitiu elaborar e descrever com detalhes a cronologia histórica da criação da extensão rural no Estado do Amazonas.

O IDAM, atual órgão de extensão rural do Amazonas, iniciou suas atividades em 2 de dezembro de 1966, com a criação inicialmente da Associação de Crédito e Assistência Rural do Amazonas – ACAR/AM, fundada com objetivo de prestar orientações técnicas e viabilizar credito aos produtores rurais. Assim, o governo do estado do Amazonas passou a ter uma entidade de Extensão Rural, e buscou estrutura-la e obter profissionais técnicos de outros Estados para compor a equipe técnica.

No ano seguinte, ACAR Amazonas implantou o primeiro escritório de extensão rural no município de Itacoatiara (1967), embora as atividades de ATER tenham sido iniciadas no município do Careiro, hoje Careiro da Várzea. Os trabalhos desenvolvidos pela equipe pioneira da Extensão Rural dos serviços de ATER no Amazonas eram voltados para a busca de conhecimentos sobre os hábitos e costumes do povo interiorano, respeitando sempre o saber e a percepção popular. A agricultura ainda não era explorada de forma científica e tecnológica, pois àquela época o extrativismo era a atividade predominante na região.

A ACAR Amazonas passou a ampliar e instalar escritórios em outros municípios, expandindo suas ações, e implantou em Maués, em Manacapuru, entre outros. Atualmente, há pelo menos um escritório em todos os municípios do Estado do Amazonas, em alguns têm mais de um atendendo inclusive muitas comunidades significativas socioeconômicas na área rural. Uma das primeiras atividades pioneira no Estado do Amazonas foi a Avicultura. Com apoio dos técnicos da ACAR, este setor de produção de proteína animal cresceu no Estado. Inclusive, continua sendo um segmento de destaque em produção de alimentos, com granjas modernas e de alta produtividade. Estes produtores atuais, em alguns casos, são descendentes de beneficiados, principalmente que receberam assistência técnica especializada e orientações creditícias desde o início da extensão rural no Estado, onde receberam assistência e orientações técnicas, que elevaram o padrão tecnológico e de vida daqueles pioneiros da avicultura no Amazonas e assim, elevou a régua de conformidade e qualidade na produção.

No Estado do Amazonas, em 1977 o serviço de extensão rural teve mudanças em todo país, que anteriormente era denominada ACAR, passou a se chamar de Emater, acrescido da sigla do Estado, - AM – no caso do Amazonas: Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Amazonas –EMATER-AM, vinculada à Secretaria de Estado de Produção Rural e Abastecimento – SEPROR, e associada e com apoio da Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural – Embrater, que garantia, de aporte financeiro significativo das verbas necessárias para a execução das ações extensionistas rurais da Emater – AM. Também mantinha, na sede em Brasília, um coordenador por programa específico em execução no estado, como gestor, e o Plano Nacional de Assistência à Pesca Artesanal – PESCART, cujo executor era o engenheiro de Pesca Paulo Ramos Rolim. Com isso o serviço deslanchou, e o trabalho e as atividades no campo cresceram muito.

A Emater-AM implantou no período 43 escritórios locais prestando serviços de Extensão Rural, com ações de assistência técnica, creditícia e sociais aos produtores rurais e familiares desses municípios do Estado. Na oportunidade, contou com o apoio de parceiros, como prefeituras, por meio de convênios, e com a participação efetiva da Embrater, que além do apoio significativo de contrapartida financeira, ainda realizava assistência técnica e capacitação aos extensionistas.

As principais atividades orientadas eram agricultura, pecuária, pesca artesanal, piscicultura, preservação do meio ambiente, organizações associativas e noções sobre bem-estar social às famílias dos produtores rurais.

Em maio de 1993, foi criado o Instituto de Desenvolvimento Rural do Estado do Amazonas, que assumiu toda a estrutura da EMATER/AM, mantendo, porém, a mesma sigla. Em julho de 1995, o Serviço de Extensão Rural foi transferido para Companhia de Desenvolvimento do Estado do Amazonas – CIAMA, assim como as funções de outros órgãos do setor primário, extintos na época.

Posteriormente, em março de 1996, houve mudanças e o Instituto se tornou Instituto de Desenvolvimento Agropecuário do Estado do Amazonas – IDAM, constituindo-se como uma autarquia de personalidade jurídica de direito público, autonomia administrativa, financeira e técnica com a finalidade de executar as atividades antes desenvolvidas pela Sepror, EMATER/AM, Codeagro e a Defesa Agropecuária Estadual.

As ações extensionistas visavam beneficiar as famílias rurais, incluindo artesãos, extrativistas, criador de animais, agricultores familiares, comunidades indígenas e quilombolas. O escopo de atuação abrangia os setores agropecuário, florestal, pesqueiro, extrativista e de artesãos, buscando implementar políticas e estratégias dos governos federal, estadual e municipais para o desenvolvimento da Zona Rural do Amazonas.

No entanto, houve então drástica mudança com a descentralização dos recursos, resultando na desassistência pela ausência do Governo do Federal. Junto com as alterações de nome, houve mudanças na gestão financeira, operacional e política, levando a uma situação grave no Estado. O governo estadual, de forma surpreendente, decidiu encerrar a Emater, órgão de extensão rural do AM que, ironicamente, se destacava na gestão pública na época.

Assim, na contramão de gestão pública, usaram um recurso de enfraquecer o órgão de extensão, que contribuía para o desenvolvimento rural do Estado. A Emater foi absorvida por outros órgãos, enfraquecendo sua nobre missão. Esse radicalismo, como era previsível, não foi bem-sucedida, forçando o governo a passar por uma nova reestruturação. O órgão foi renomeado e passou a se chamar IDAM - Instituto de Desenvolvimento Agropecuário Sustentável do Estado do Amazonas.

O IDAM manteve a missão de continuar o trabalho de extensão rural no Estado, incorporando também   atividades de orientação e educação ambiental. Apesar das mudanças de nome, a instituição manteve a sigla, mas modificou seu nome para Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal do Estado do Amazonas. O órgão sobreviveu com altos e baixos, dependendo do governo vigente.

Ao longo da história deste órgão de extensão, houve alguns governos, sabiamente, valorizavam e proporcionavam condições favoráveis, para se exercer os princípios e ações básicas que norteava a razão da existência daquele órgão de extensão. Mas infelizmente em alguns períodos de governo, estes não ofereciam apoio, comprometendo as atividades e a sustentabilidade no campo, e estas foram desrespeitadas e não atendidas.

A dedicação e o idealismo dos extensionistas foram fundamentais para preservar a qualidade do trabalho de assistência técnica. Com determinação e persistência, os técnicos fortaleceram o órgão, estabelecendo parcerias eficientes com prefeituras municipais. Essas colaborações foram essenciais para a sustentabilidade e eficiência contínua das funções do IDAM, e a qualidade do trabalho de assistência técnica foram pouco comprometidas. Com determinação e persistência dos técnicos, o órgão foi se fortalecendo e se erguendo. Os gestores habilmente passaram a criar parcerias com prefeituras municipais, assim o órgão se sustentou e equilibrou na eficiência de suas funções.

Em maio de 2007, o IDAM absorveu parte das atividades da Agência de Florestas e Negócios Sustentáveis do Amazonas – AFLORAM, modificando seu nome para “Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas”.

A sigla IDAM foi mantida e permanece até os dias atuais. Nesse período, o IDAM passou a executar suas ações com recursos próprios provenientes do Governo do Estado do Amazonas, além de receber apoio de diversas instituições parceiras, como Ministérios, outras Secretarias de Governos, Prefeituras e organizações não governamentais.

Preservando sua missão, o IDAM manteve, em todos os locais de atendimento, os princípios básicos de desenvolver ações para o desenvolvimento integrado sustentável das comunidades rurais. Utilizando técnicas e metodologias de Extensão Rural, e a família rural foi considerada o núcleo estratégico para o planejamento e execução das ações extensionistas.

 

 


Estratégicas articulações institucionais do órgão de Extensão Rural do Amazonas

Cabe aqui descrever fatos históricos das articulações institucionais do órgão, determinantes e explicam o êxito desta entidade de Extensão Rural até os dias de hoje.

Ao longo da história, o êxito do IDAM foi explicado por importantes ações de articulação institucional. Em 1973 a Superintendência para Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura-SUDEPE, havia criado (1º) Primeiro Plano Nacional de Assistência a Pesca Artesanal - Pescarte, na época criado pelo técnico Eng. agrônomo Pernambuco Severino Cavalcante, que implantou o primeiro Pescarte em Pernambuco, como piloto, foi primeiro coordenador nacional do Pescarte. Tendo obtido bons resultados, e foi ampliado para outras unidades federativas.

Em 22 de agosto de 1974, a ACAR (Associação de Crédito e Assistência Rural) e a SUDEPE (Superintendência para Desenvolvimento da Pesca e Aquicultura) assinaram um convênio, implantando o Pescart no Amazonas e criando o Plano Nacional de Assistência à Pesca Artesanal, conhecido como Pescarte. A ACAR Amazonas oficializou o primeiro Pescarte do país em 1974, sendo fundamental para o desenvolvimento da pesca artesanal no Estado.

Ainda naquele ano de 1974 a ACAR Amazonas fez um diagnóstico da situação da Pesca Artesanal no Estado. Foi um trabalho muito bem feito e rico em informações. Sendo que foram decisivas, para que se elaborasse o Programa de Extensão Pesqueira do Estado, estruturasse e montasse o Pescarte no Estado do Amazonas.

Em 27 de maio de 1975, Paulo Ramos Rolim, um profissional recém-formado, da primeira turma, em de Engenharia de Pesca da Universidade Federal Rural de Pernambuco - UFRPE, chegou ao Estado do Amazonas a convite da Secretaria Executiva da ACAR, na pessoa do Engenheiro Agrônomo, Romeu Nogueira Campos Júnior, um dos pioneiros da Extensão Rural no Amazonas.

Rolim, como é conhecido até hoje, foi lotado na coordenadoria e juntou ao Projeto do Pescarte-AM, cujo coordenador era o Médico Veterinário Rui de Oliveira Gomes. Foi encaminhado para participar de um treinamento chamado pré-serviço, com dezenas de outros técnicos. A Direção da ACAR lhe incumbiu de selecionar, dentre os treinando, cinco técnicos agrícolas para complementarem a equipe de extensionistas do Pescart-AM. Após o treinamento, os extensionistas foram distribuídos por regiões e áreas afins para atuar.

Os selecionados para atuarem no Pescart foram para Manacapuru, Itacoatiara, Maués, Parintins e Tefé. Rolim como era o único Engenheiro de Pesca da equipe, ficou como executor em Manaus e dando assessoria também a coordenação.

Um projeto de capacitação (pré-serviços) era muito interessante, e conseguiu alcançar o objetivo de nivelamento e capacitação dos técnicos na fase inicial. Após este pré-serviços que foi importante para nivelamento técnico dos Extensionistas, na sua maioria novatos, sem experiência, estes foram distribuídos por região e áreas afins para poderem atuar.

O Paulo Rolim, por ser o único engenheiro de pesca, foi designado a ficar no local de desembarque de pescado em Manaus, atrás do mercado municipal Adolfo Lisboa. Ali, acompanhou a realidade deste segmento, local em condições precárias, sem estrutura para os barcos ancorarem e em meio a centenas de canoas na beira do rio até chegarem aos barcos. Essa experiência destacou a necessidade de melhorias nas condições de trabalho para os pescadores e serviu como ponto de partida para intervenções e aprimoramentos no setor pesqueiro.

Os trabalhos iniciavam às 22h da noite e se estendiam até o amanhecer do dia, com o objetivo de conhecer o setor de perto; a frota pesqueira do Amazonas, os detalhes das embarcações, as condições de conservação do pescado a bordo, o processo de desembarque e negociações do pescado. O extensionista Paulo Rolim dedicou-se a ouvir e acompanhar todos os envolvidos no desembarque e comércio, desde encarregados, pescadores, contadores, e peixeiros, até os armadores de pesca e despachantes. Sua atenção constante permitiu uma leitura aprofundada desse delicado setor.

Com base no diagnóstico elaborado no ano anterior e na vivência intensa no ambiente por mais de um mês, Paulo Rolim foi designado para viajar para o interior, mais precisamente para Careiro da Várzea, para ter experiência, vivência com pessoas do interior do Estado. Ocasião em que teve experiências enriquecedoras junto a pescadores, lideranças municipais, e extensionistas. Essas duas vivências e a leitura do diagnóstico da Pesca Artesanal do Amazonas foram decisivas para a elaboração de um projeto voltado para a capacitação de pescadores, identificando a necessidade principal de treinamento técnico, como o uso adequado de gelo para eficaz conservação de pescado abordo, e seu manuseio, desde a captura até a venda no varejo.

O projeto foi encaminhado à ACAR Amazonas para análise, e, encaminhado ao Programa de Preparação de Mão-de-obra: - “PIPIMO”, em seguida aprovado. Foram financiados 8 cursos, para 80 pescadores, porém foram capacitados 94 pescadores. Além do treinamento técnico, houve um esforço paralelo para documentar os profissionais da pesca, fornecendo a eles desde registros de nascimentos, identidade, até carteiras da Marinha, essenciais na época para identificação e legalização profissional.

A aquicultura no Estado do Amazonas teve início real em 1979. Nessa época, Paulo Rolim foi convidado pelo subsecretário de Produção Rural, que teve o apoio do então Secretário e do governador Professor José Martins Lindoso, para ser assessor do setor pesqueiro, atuando no gabinete da Secretarias de produção rural do estado do Amazonas. Nesse cargo, convenceu o Secretário Siqueira sobre a importância de implementar um programa de criação de peixes no estado.

Naquele contexto, havia uma produção significativa de pescado, proveniente da pesca, mas também um considerável desperdício. O extensionista argumentava sobre a vulnerabilidade da pesca, especialmente durante as cheias, quando o "rio virava mar" e a produção caía. O ciclo de safra e entressafra era um desafio constante. Paulo Rolim apresentava a fragilidade desse modelo e destacava a piscicultura como uma alternativa mais estável e segura para gerar atividades e renda ao setor e contribuir para atender a demanda da população por pescado durante a entressafa.

No entanto, havia um tabu na época, pois algumas pessoas não acreditavam que a piscicultura pudesse ser bem-sucedida em um estado com características tão distintas, como dimensões geográficas vastas, logística desafiadora e riquezas naturais singulares. O extensionista, com formação em engenharia de pesca, e na condição de assessor, defendia tecnicamente a viabilidade do projeto. Seus argumentos eram desenvolvimentistas, destacando a piscicultura como um potencial "frigorífico" do estado, além de ressaltar seus benefícios ambientais na preservação da fauna aquática e na oferta consistente de alimentos. Ele buscava superar a resistência e o ceticismo em relação à ideia de desenvolver a piscicultura no Amazonas.

A persistência e eficácia na defesa do programa de piscicultura foram fundamentais para sua implementação no Estado do Amazonas. O Rolim, ao convencer o Secretário de Agricultura, conseguiu a aprovação do governador José Lindoso. Como resultado, em 1980, o Programa de Piscicultura foi aprovado, e Paulo Rolim foi designado para coordenar o programa, contando com o auxílio do engenheiro de pesca recém-contratado, Antônio Nery de Oliveira.

No entanto, surgiu um desafio significativo: a ausência de fornecedores de alevinos no estado. A solução inicial foi capturar alevinos da natureza, envolvendo pescadores locais que conheciam os locais e métodos apropriados para essa coleta. Foram estabelecidas metas com esses pescadores, considerando as limitações legais de tamanho. Uma parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) foi formada, juntamente com a Superintendência para o Desenvolvimento da Pesca (SUDEPE), o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) do estado e o IDAM, cada um desempenhando um papel específico.

O INPA ficou encarregado da pesquisa; a SUDEPE da supervisão e fiscalização; o DER forneceu tratores para a realização do projeto; e o IDAM ficou responsável pela divulgação e assistência aos produtores. O governo estadual apoiou financeiramente o programa, incentivando sua realização. Esse envolvimento de várias entidades gerou um ambiente coletivo e de agregação, somado a um sentimento otimista e motivadores entre os profissionais, refletindo no resultado com o sucesso do projeto.

O incentivo do governo estadual e a divulgação realizada pelo órgão de extensão rural motivaram o setor produtivo. Em 1980, com 67 “mini e pequenos barragens e tanques”, a atividade de piscicultura foi oficialmente iniciada no estado do Amazonas. A participação ativa da Extensão Rural, guiada pelo idealismo e paixão de seus abnegados extensionistas, desempenhou um papel crucial no sucesso dessa atividade no estado.

A implantação da aquicultura representou um aumento significativo na produção de pescado, empolgando muitos produtores, incluindo alguns quase urbanos que começaram a produzir em seus quintais em volta de Manaus. Os produtores, em sua maioria pequenos, demonstraram um perfil interessante, sendo altamente motivados e apaixonados pelo que faziam. Esse aumento no número de piscicultores também levou a uma diversificação das espécies cultivadas, incluindo o cultivo de tartarugas (quelônios), o que resultou na formação da Associação de Criadores de Peixe e Quelônio da Amazônia (Acripec).

No depoimento obtido do Paulo Rolim, este destaca a importância de lideranças políticas, em especial José Lindolfo, quando na condição de Governador, na consolidação do órgão de Extensão Rural no Estado do Amazonas e no desenvolvimento da piscicultura na região. O governador, que era defensor do Estado e das comunidades do interior, desempenhou um papel fundamental na implementação de projetos de produção no campo, elaborados pela entidade de extensão rural. O governador deu uma contribuição significativa para o crescimento da piscicultura e fortalecimento do serviço de Extensão Rural, incluiu o acompanhamento de missões pelo interior do Estado, demonstrando seu apoio e interesse na atividade.

O desenvolvimento da aquicultura no Estado do Amazonas despertou o interesse dos produtores em diversas áreas, não apenas próximas de Manaus, mas também em municípios mais distantes, como Manacapuru, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Coari e Benjamin Constant. Com a expansão dos empreendimentos de cultivo de peixes para vários municípios, surgiu o desafio do fornecimento de insumos, especialmente alevinos.

Os extensionistas enfrentaram as dificuldades inerentes ao pioneirismo na região, como a falta de experiência tanto dos produtores quanto dos técnicos extensionistas. A busca por alevinos envolveu contatos com colegas do Nordeste, especialmente do curso de Engenharia de Pesca da UFPE. Rolim conseguiu alevinos também por meio do engenheiro de pescado Odilon de Araújo, pesquisador que trabalhava na estação de piscicultura da Codevasf em Bebedouro, próximo de Petrolina. O transporte dos alevinos via aérea apresentava desafios, mas os extensionistas aprenderam ao longo do tempo aprimorando suas práticas. O apoio das instituições do Nordeste foi crucial para o desenvolvimento da aquicultura na região Norte. Profissionais do Nordeste contribuíram para o órgão de extensão, e a oferta de alevinos ajudou a suprir as necessidades do Estado do Amazonas.

A simplicidade aparente na produção, a atratividade financeira, a caracterização como um bom negócio rural e a questão ambiental favorável contribuíram para o interesse dos produtores na atividade de piscicultura. O entusiasmo e a vontade dos produtores em criar peixes foram elementos essenciais para o sucesso dessa iniciativa.

Cabe considerar também outro aspecto importante, a questão ambiental, como elemento interessante, na condição de se produzir peixes que poderiam ser oferecidos para suprir a deficiência da pesca em determinado período do ano, denominada de entressafra. Quer dizer, disponibilizar pescado neste espaço de tempo que não se pesca, apresentava como condição muito positiva como negócio, e a demanda pela busca muito pelo saudável habito de consumo, tais condicionantes motivou vários produtores rurais a se interessaram por esta atividade.

1986 – 1988, Paulo Ramos Rolim assumiu o cargo de Coordenador Regional da SUDEPE para o Amazonas, Roraima e Rondônia; as funções do órgão a época equivaleriam, hoje, as funções da Superintendência do Ministério da Pesca e Aquicultura e as funções do Ibama, no que se refere ao setor pesqueiro.

Nesse período, encontrava-se em construção da Usina Hidrelétrica de Balbina, e foi criada uma comissão técnica composta pelo Dr. Fuad Alzuguir, representante da Sudepe nacional (Brasília), do departamento técnico da piscicultura do órgão, Paulo Ramos Rolim, Engenheiro de Pesca, coordenador da SUDEPE, além de chefe de gabinete do governador do Estado do Amazonas. Essa comissão fez uma viagem em um pequeno avião até o local onde estava em construção a Usina Hidrelétrica de Balbina, no rio Uatumã, localizada na parte nordeste do Estado do Amazonas, no município de Presidente Figueiredo.

Ao chegar no local, o encontro com os engenheiros da Eletronorte, avaliaram três alternativas de locais para construir a estação de piscicultura de Balbina e definiu-se por um local situado no Distrito de Balbina, em Presidente Figueiredo, que atualmente é o Centro de Treinamento, Tecnologia e Produção em Aquicultura (CTTPA).

Construída a Estação e firmado o convênio entre a Eletronorte e a Emater-AM veio mais um desafio, colocar a Estação para funcionar. A primeira ação foi alocar uma equipe, composta por 11 pessoas, sendo 2 (dois) Engenheiros de Pesca, 1 (um) técnico Agrícola, 1 (um) administrativo, 5 (cinco) pescadores e 3 (três) trabalhadores para apoio geral.

Passou-se a conhecer as instalações e funcionamento, minunciosamente, com a orientação de um Engenheiro da Eletronorte, e fazer todos os reparos e adaptações necessários. Colocado em funcionamento todo sistema hidráulico, preparados e abastecidos todos os viveiros, passou-se a receber, primeiramente alevinos e posteriormente pós-larvas vindos de Pernambuco.

Estes extensionistas idealista, com determinação e empolgados, dentre eles, o então Diretor Técnico, M. Sc. Engenheiro Agrônomo, Malvino Salvador, que não media esforços para apoiar, iam ao aeroporto, geralmente pela madrugada, para receberem pós larvas e alevinos, embalados em sacos plásticos com água e oxigênio, as vezes havia elevada mortalidade. Situações que poderia desanima-los, mas não, continuaram neste desafio, e reconhecem que foi uma experiência muita rica e gratificante para eles técnicos extensionistas, que tinham a missão e responsabilidade de desenvolverem a piscicultura o Amazonas, fornecendo alevinos e orientando os produtores.

Os alevinos eram levados inicialmente para o Centro de Piscicultura de Balbina e acompanhavam a adaptação dos alevinos nos viveiros, monitorando o seu desenvolvimento, para depois ir para o repovoamento nos empreendimentos aquícolas.

Prioridade e apoio Governamental mais envolvimento de profissionais geram resultados positivos

Paulo Rolim comentou que: “Este processo do desenvolvimento deste Centro e da piscicultura no estado avançou graças pela determinação dos técnicos extensionistas e ao apoio e prioridade do Governo Estadual da época, Gilberto Mestrinho, e o Secretário de Estado da  produção Rural João Thomé Mestrinho, que unidos abraçaram e apoiaram esta nobre causa na busca do desenvolvimento de uma atividade de forte impacto social e econômico para o Estado, no caso a Piscicultura, e os resultados positivos logo começaram a surgir”

Com a segunda fase, surgiu outro desafio, conseguir casais reprodutores para a estação se tornar autossuficiente na produção dos seus próprios alevinos. E o técnico pesquisador João Bosco Alves Siqueira e a sua equipe iniciam realmente a reproduzir e produzir os tambaquis. Dentro deste programa de desenvolvimento, houve contratação de cinco pescadores, dos quais, 1 (um) de Itacoatiara, Leôncio Rolim, este se identificou e se dedicou, e até hoje está lá como um trabalhador especializado no manejo, seleção e preparo dos reprodutores de peixes para a reprodução induzida.

Mesmo com grandes dificuldades para todos, e com o desafio de logística e transporte de peixe adulto, e a questão de adaptação em novo ambiente, dos futuros reprodutores, mas felizmente geraram bons resultados. Foram adquiridos peixes adultos (2,5 a 3kg), principalmente da espécie Tambaqui, das pisciculturas mais antigas, principalmente dos municípios de Itacoatiara, Rio Preto da Eva e Manaus.

A partir da evolução da pratica de reprodução desenvolvida por Bosco e equipe, adquiriu-se a prática e confiança de reproduzir e ter volume de pós e alevinos, começou a distribuição efetiva para os produtores. Com a verba que a Secretaria Rural tinha repassado para Emater, sob responsabilidade do Diretor Técnico da Emater, a confiança e determinação do seu Secretário, foi adquirido um caminhão, caixas de transporte, e foi construído caixa de fibra de vidro, adaptada para este transporte, inclusive fez-se a hidráulica e conexão aos cilindros de oxigênio.

Com esta estrutura foi possível transportar as matrizes sem perdas até a estação de piscicultura, e serviu para transportar os alevinos (em sacos plásticos/oxigênio) da Estação até as pisciculturas. Foi assim que começou a piscicultura no estado do Amazonas.

Modelo de arranjos institucionais com ações integradas geram eficácia e efetividade.

Este exemplo de governança demonstra que quando há determinação e prioridade do Gestor Público é possível alcançar evolução de uma cadeia produtiva, de promover o desenvolvimento sustentável, a melhoria da geração de emprego, de riqueza, sendo que estas ações são capazes de mudar o destino uma região, como ocorreu efetivamente no Estado. O Amazonas passou a ser exemplo e a apoiar estados vizinhos, principalmente Rondônia e Roraima. O Rolim, da Emater, foi 2 (duas) vezes a Rondônia a convite para incentivar a piscicultura naquele estado, uma vez financiado pelo Sebrae e outra pelo Prefeito do município de Rolim de Moura.

O órgão de Extensão Rural do Amazonas, durante sua história, tem elaborado diversas publicações, dos quais destaca-se um trabalho coordenado e organizado pelo extensionista Paulo Rolim que reuniu técnicos, inclusive de Roraima e de Rondônia, piscicultores e engenheiros representantes de construtoras para discutirem sobre produção aquícola, e isto gerou um livro que foi “Sistema de produção para criação de Tambaqui no Estado do Amazonas”, publicado em 1992, pela Emater Amazonas, hoje IDAM. Material que auxiliou o setor produtivo no desenvolvimento de produção desta espécie na região, por ser uma publicação que se tornou material de consulta para produção de peixes redondos. Foi no mesmo ano que foi implantado a Estação de Piscicultura de Balbina, que iniciou o seu funcionamento. Posteriormente, a Emater Rondônia publicou um trabalho semelhante, com base no do Amazonas.

Paralelamente ao trabalho de centro de Piscicultura de Balbina, o Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia (INPA), também criou uma estação piscicultura em Manaus, de estrutura pequena em um galpão e possuía uma equipe qualificada de pesquisadores que trabalhavam com reprodução de peixes, também com sérias dificuldades para avançar. Tal iniciativa tinha o mesmo objetivo de resolver ou amenizar a questão de oferta de alevinos no Estado.

Interessante que sempre houve uma boa relação entre os dois centros, juntamente com os técnicos extensionistas. Inclusive, na questão acadêmica, há também uma parceria com a Universidade Nilton Lins-Manaus-AM no curso de Piscicultura e de pós-graduação em Aquicultura.

Inclusive o INPA, desde o início, tem trabalhado junto com a extensão Rural auxiliando na coleta de reprodutores na natureza, para produção de forma jovens e fazer o povoamento nos viveiros de piscicultura no Estado. O setor de extensão reconhece o INPA, como instituição de pesquisa de grande importância, pela atuação desde o início da implantação da piscicultura no Estado do Amazonas.

O INPA, em 1995, publicou um livro “Criando peixe na Amazônia” composto por 11 capítulos, o autor principal Adalberto Luís Val, e o extensionista Paulo Ramos Rolim escreveu o 2º capitulo, com detalhamento da estação de piscicultura de Balbina, pois os extensionistas tinham acompanhado esta Estação desde o início, e conheciam todos os pormenores da operação daquela estação.

Posteriormente o Adalberto Luís Val participou como um dos autores do livro “Aquicultura no Brasil para o Desenvolvimento Sustentável” na elaboração desse projeto na região norte; e Paulo Rolim, para região do Estado do Amazonas; e o Arthur Santana Dantas responsável pelo levantamento dos dados em Roraima, já que ele, na oportunidade, estava como especialista no Estado do Amazonas, mas ele trabalhou e iniciou suas atividades de extensão Pesqueira no estado de Roraima. Foi importante inserir autores com regionalização, pois cada Estado possui nuances e características distintas.

A Embrapa Amazônia Oriental em Manaus, que possui a missão de pesquisar a essência Rural e a responsabilidade de levar os resultados das pesquisas aos produtores rurais e também entrou na área de piscicultura, com implantação de uma Estação de Piscicultura. Inclusive contratou um engenheiro de pesca e um zootecnista, e tem desenvolvido e gerado trabalhos muito importantes e necessários para a atividade aquícola, com geração da tecnologia e a sua difusão direta via cursos de responsabilidade da própria Embrapa, em parceria com o IDAM, e outra entidades. Ambos possuem uma convivência e relação produtiva de parceria, portanto a Embrapa Amazônia Oriental tem sido mais uma instituição com um papel muito importante e estratégico para o desenvolvimento tecnológico e sustentável da piscicultura no Amazonas.

Situação atual do Setor Aquícola e da Extensão Rural no Estado do Amazonas.

O órgão de Extensão Rural (IDAM) como autarquia e vinculada ao Sistema Sepror, se faz presente em todos os municípios do Amazonas, e atendem aos produtores familiares, e as comunidades de produtores rurais do estado do Amazonas. O órgão tem tido um papel fundamental para o crescimento e consolidação desta importante atividade da aquicultura. Mas, diferente de outros estados do Norte, o Estado do Amazonas, há poucos produtores de grande porte, geralmente tem perfil mais modesto, um percentual baixo de porte médios e a maioria de pequenos aquicultores, sendo um número até elevado de mais de 4.000 pequenos piscicultores. Situação que reflete na produção, que é menor e destaca-se as espécies de Tambaqui e Matrinchã.

Atualmente o órgão de extensão Rural do Amazonas - IDAM, tem 76 escritórios distribuídos em todos os 62 municípios, sendo uma unidade local em cada sede municipal, e em algumas comunidades rurais, de maior porte, e também Postos avançados do IDAM em comunidades menores. Por exemplo, no município de Itacoatiara, tem a Unidade Local do IDAM, a principal, na sede, outra Unidade Local na comunidade Novo Remanso e um Posto Avançado na comunidade de Lindóia. Aa unidade tem como objetivo atender aos produtores rurais do Estado do Amazonas, com ênfase aos produtores familiares.

Em dezembro de 2023 o IDAM alcançou 76 unidades de atendimento no Amazonas, com a inauguração da unidade local (UNLOC) na Zona Leste de Manaus, no campus do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas – IFAM, que beneficiará mais de mil famílias de agricultores familiares de 15 comunidades do entorno do IFAM.

No quadro 1 descreve as unidades locais e postos existentes em todo Estado.:

O IDAM possui um quadro significativo de servidores para realizar a Extensão Rural no Estado, conforme o quadro 2 a descrito a seguir:

Com relação ao perfil dos extensionistas que compõem a equipe técnica de IDAM, no quadro 3, mostra a participação em número das diferentes profissões que a compõem, descritos a seguir:

IDAM - Um modelo exitoso de Governança e Política pública assertiva.

Os fatos descritos e ricamente detalhados nesta coluna, foram apresentados de forma estratégica, para mostrar evidencias de um exemplo de uma política pública assertiva. Os relatos demonstram reconhecimento a um modelo de boa administração, por meio de um trabalho sério e desenvolvimentista, realizada por políticos visionários, no qual em algumas situações eles “abriram mão” em detrimento aos seus interesses políticos. Apostaram e comprovaram que vale a pena, eles como gestores público priorizarem e estarem antenados com o seu estado, região, e promover o desenvolvimento com ações assertiva, diminuindo os riscos e sendo capaz de amenizar e até eliminar o êxodo rural, um ponto nevrálgico da sociedade atualmente, e assumir compromissos e se empenhar-se para buscar realizar benefícios para a sociedade.

Somando-se a uma equipe técnica competente de extensionistas idealistas, envolvidos, compromissados e acima de tudo proativos. Além disso, ter o apoio e a prioridade de verdadeiros gestores fez com que este órgão de Extensão Rural tornasse um exemplo e uma referência nacional de entidade bem-sucedida.

Cabe destacar nesta exitosa história de extensão rural um ponto fundamental para este desenvolvimento e sucesso de uma atividade rural no Estado: a piscicultura. Resultado de uma equipe de extensionistas que sempre estiveram envolvidos diretamente com os Centros de Pesquisas e foram os grandes difusores da tecnologia para o campo. Essa condição foi estratégica para que o produtor fosse bem assistido tecnicamente, absorvendo as melhorias e inovações disponibilizadas de forma ágil ao campo.

Esperamos que esta rica e exitosa história de uma entidade composta de técnicos determinados, imbuídos de sentimento de amor e compromisso, que superaram inúmeras barreiras e conseguiram consolidar um órgão de extensão rural. Foi uma demonstração de que quando há vontade política e visão dos gestores públicos, é possível construir algo que perdure, por muito tempo, com sucesso e buscando uma relação “custo x benefício” viável. Certamente este exemplo será inspirador e motivador para outros estados.

 

 

Reconhecimento: Gostaria de expressar meu agradecimento ao mestre e experiente engenheiro de pesca, Paulo Ramos Rolim, servidor de carreira do IDAM, pioneiro extensionista em seu Estado, que me impressionou pela sua história, competência, habilidade de articulação, seu espirito coletivo e de agregação que, graças a essas suas virtudes, ele conseguiu influenciar no destino da sua instituição, e esta deve muito a ele. Sem dúvida, um exemplo de extensionista, a quem presto humildemente minhas sinceras homenagens e reconhecimento.

Autor: Rui Donizete Teixeira

Anterior
Próxima
Colunista
Capa do colunista Rui Donizete Teixeira
Rui Donizete Teixeira

Rui Donizete Teixeira é Médico Veterinário, formado pela Universidade Federal de Uberlândia-MG, possui especialização em Tecnologia e Inspeção de alimentos pela UFLA-MG. Desde de 1983 (40 anos) atua na Aquicultura, dos quais 15 anos iniciais no setor privado em uma empresa de Aquicultura (gerente de produção e da indústria de processamento de pescado); e 25 anos no setor público (área de inspeção de pescado, setor de ordenamento e gestão da aquicultura). Foi professor em Faculdade de Veterinária por 6 anos. Autor de dezenas artigos e publicações, inclusive internacionais, relacionadas a cadeia produtiva da aquicultura; a Extensão Aquícola; o Bem Estar Animal Aquícola; de Estabelecimento de Indústria de Pescado; de Mercado de Pescado e Competitividade. Atualmente assessor técnico do Ministério da Pesca e Aquicultura-MPA.

Categorias
Charges
Capa Que ventania!
Que ventania!
Charge Edição nº Publicado em 18/09/2023
Informativo

Assine nosso informativo para receber promoções, notícias e novidades por e-mail.

+55 (48) 9 9646-7200

contato@aquaculturebrasil.com

Av. Senador Gallotti, 329 - Mar Grosso
Laguna - SC, 88790-000

AQUACULTURE BRASIL LTDA ME
CNPJ 24.377.435/0001­18

Top

Preencha todos os campos obrigatórios.

No momento não conseguimos enviar seu e-mail, você pode mandar mensagem diretamente para contato@aquaculturebrasil.com.

Contato enviado com sucesso, em breve retornamos.

Preencha todos os campos obrigatórios.

Preencha todos os campos obrigatórios.

Você será redirecionado em alguns segundos!