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Tecnologia do Pescado
01 de Janeiro de 2024 Alex Augusto Gonçalves
Resíduos do processamento do pescado – uma oportunidade a ser considerada

Como já mencionado em outra coluna, o tema “processamento do pescado” refere-se às atividades envolvidas na transformação e preparação do pescado para consumo. Em geral, o processo inclui etapas como limpeza, filetagem, congelamento, embalagem e armazenamento dos produtos, cujo objetivo geral é melhorar a qualidade e valor comercial, a segurança alimentar, e a durabilidade dos produtos derivados do pescado. Mas o que fazer com o resíduo do processamento do pescado?

 

 

O resíduo do processamento do pescado pode ser tanto um problema quanto uma oportunidade, dependendo de como é gerenciado. Se for descartado de forma inadequada, pode causar impactos ambientais negativos. No entanto, se for tratado corretamente, pode ser uma oportunidade para a criação de subprodutos valiosos, como biofertilizantes, ração animal ou até mesmo produtos de alto valor agregado, como colágeno e óleo de peixe. Portanto, é importante buscar soluções sustentáveis para maximizar o aproveitamento desses resíduos.

O resíduo do processamento é definido como o material indesejado ou não utilizado que é gerado durante a produção ou processamento de algo. Pode incluir sobras, restos ou qualquer tipo de material descartado após o processo de produção. Já os subprodutos são definidos como os produtos secundários ou complementares que são gerados a partir dos resíduos de um processo de produção ou fabricação. Eles são resultado indireto da produção principal e podem ter valor econômico ou utilidade em outros setores ou aplicações. Os subprodutos podem ser utilizados como matéria-prima em outros processos industriais, como fonte de energia, ou até mesmo como produtos finais em diferentes mercados.

Nesta coluna destacaremos algumas das possibilidades de aproveitamento e transformação do resíduo do processamento do pescado em novos subprodutos. Ilustramos na imagem a seguir alguns exemplos, e pontuaremos cada um deles.

A carne mecanicamente separada de pescado é um produto obtido por meio de um processo mecânico que separa a carne dos ossos e outras partes indesejáveis do peixe. Se o processo de obtenção da CMS for a partir de carcaças descartadas, podemos dizer que é um subproduto, porém, se a CMS for obtida do peixe inteiro/eviscerado/descabeçado (maior rendimento), este não é considerado um subproduto, e sim um produto industrializado. Nesse processo, a carne é extraída da carcaça do peixe utilizando-se técnicas de pressão, trituração ou centrifugação. A CMS de pescado é frequentemente utilizada na indústria alimentícia para a produção de produtos como reestruturados, embutidos, empanados, patês e outros alimentos processados. Ela pode ser combinada com outros ingredientes para obter uma textura e consistência desejadas. Embora seja um ingrediente amplamente utilizado, é importante ressaltar que a carne mecanicamente separada de pescado pode ter uma textura diferente da carne de peixe inteiro e pode conter fragmentos ósseos e pele. Portanto, é necessário seguir as regulamentações e padrões de segurança alimentar para garantir a qualidade do produto final. Além disso, é importante verificar a procedência da carne mecanicamente separada de pescado, pois a qualidade e segurança do produto dependem da origem e das práticas de processamento utilizadas.

Farinha de pescado é feita a partir da secagem e moagem do resíduo do processamento do pescado, resultando em um produto rico em proteínas e nutrientes essenciais. A farinha de pescado é um ingrediente utilizado na alimentação animal, especialmente em rações para animais aquáticos, contribuindo para o seu crescimento saudável. Além disso, também pode ser utilizada como adubo orgânico em plantações. Quanto maior o frescor do resíduo, melhor é sua qualidade, principalmente quando se trata de sua digestibilidade.

Óleo de peixe é um produto obtido na etapa de produção de farinha de pescado, e também merece atenção quanto ao frescor do resíduo. É conhecido por ser uma excelente fonte de ácidos graxos polinsaturados, como o ácido eicosapentaenoico (EPA) e o ácido docosaexaenoico (DHA), essenciais para o funcionamento adequado do organismo, especialmente para a saúde cardiovascular, cerebral e ocular. O óleo de peixe também possui propriedades anti-inflamatórias e pode ajudar a reduzir os níveis de triglicerídeos no sangue. É comumente utilizado como suplemento para promover a saúde geral e prevenir doenças.

Já o biodiesel de pescado é produzido a partir do óleo de peixe, e assim como o biodiesel tradicional, ele é uma fonte de energia renovável e sustentável. A produção do biodiesel de pescado envolve a extração do óleo das vísceras e resíduos de peixes, que seriam descartados, e sua transformação em um combustível que pode ser utilizado em motores diesel. Esse processo contribui para reduzir o desperdício e aproveitar os recursos naturais de forma mais eficiente. Além disso, o biodiesel de pescado também pode ajudar a diminuir a dependência de combustíveis fósseis e reduzir as emissões de gases poluentes.

O concentrado proteico de pescado é um produto obtido a partir do processamento de peixes, onde a água e outros componentes são removidos, deixando apenas a fração proteica concentrada. É uma fonte rica em proteínas de alta qualidade, contendo todos os aminoácidos essenciais necessários para o funcionamento do organismo. Esse concentrado proteico é amplamente utilizado na indústria alimentícia como ingrediente em produtos como barras de proteína, suplementos esportivos, alimentos para animais e até mesmo em produtos farmacêuticos. O concentrado proteico de pescado é valorizado por sua digestibilidade e perfil nutricional, contribuindo para a promoção da saúde e o fornecimento de nutrientes essenciais.

Hidrolisado proteico de pescado é um produto obtido a partir da hidrólise das proteínas presentes no pescado. A hidrólise é um processo químico ou enzimático que quebra as proteínas em fragmentos menores, chamados de peptídeos. Esses peptídeos são mais facilmente absorvidos pelo organismo e possuem propriedades nutricionais e funcionais. Também é rico em aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais, sendo uma fonte de proteína de alta qualidade. Ele é utilizado em diversos setores da indústria alimentícia, farmacêutica e cosmética, pois possui propriedades funcionais, como melhora da digestibilidade, capacidade de formação de gel e emulsificação.

A silagem de pescado é um produto obtido a partir da fermentação anaeróbica de resíduos de peixes, como cabeças, vísceras e aparas. Nesse processo, os resíduos são triturados e armazenados em condições controladas, permitindo a ação de bactérias específicas que promovem a fermentação. Durante a fermentação, ocorre a produção de ácidos orgânicos, como o ácido lático, que acidificam o ambiente e ajudam na conservação do produto. A silagem de pescado possui um teor elevado de proteínas, lipídios e minerais, tornando-se uma fonte valiosa de nutrientes para ruminantes e outros animais. Essa silagem é utilizada principalmente na alimentação animal, sendo uma alternativa para suplementar a dieta dos animais com proteínas e nutrientes provenientes do pescado. Além disso, a silagem de pescado também pode ser utilizada como adubo orgânico na agricultura. No entanto, é importante ressaltar que a produção e o uso adequado da silagem de pescado devem seguir normas sanitárias e de manejo para garantir sua qualidade e segurança tanto para os animais quanto para o meio ambiente.

Já a compostagem de pescado é um processo de decomposição controlada e aeróbica dos resíduos de peixes, como cabeças, vísceras e espinhas, juntamente com outros materiais orgânicos, como restos de vegetais ou serragem. Nesse processo, os resíduos são misturados em camadas alternadas para formar uma pilha de compostagem. Durante a compostagem, microrganismos aeróbicos, como bactérias e fungos, decompõem a matéria orgânica, transformando-a em um material rico em nutrientes chamado composto. Esse composto pode ser utilizado como adubo orgânico para fertilizar o solo e melhorar suas propriedades físicas, químicas e biológicas. A compostagem de pescado é uma forma sustentável de aproveitar os resíduos da indústria pesqueira, evitando seu descarte inadequado e contribuindo para a redução do impacto ambiental. Além disso, o composto resultante da compostagem de pescado é uma fonte valiosa de nutrientes para as plantas, promovendo o crescimento saudável e sustentável das culturas agrícolas. No entanto, é importante destacar que a compostagem de pescado requer cuidados específicos para evitar odores desagradáveis e a proliferação de vetores. É necessário garantir uma boa relação entre os materiais orgânicos utilizados na compostagem, além do controle adequado da umidade e da aeração do processo.

 

 

Grude, ictiocola (cola de peixe) ou isinglass são termos que se referem a uma substância gelatinosa obtida a partir das bexigas natatórias de certos peixes. Essa substância é utilizada na indústria alimentícia e na produção de bebidas para fins de clarificação (melhorar a transparência do produto final), devido ao alto conteúdo de colágeno, uma proteína que tem a capacidade de coagular e ajudar na remoção de partículas indesejáveis, como sedimentos e impurezas, presentes em líquidos como vinhos, cervejas e sucos, e até mesmo na clarificação de caldos, sopas ou gelatinas.

O uso da pele de peixe no tratamento de queimaduras é uma técnica conhecida como terapia com pele de peixe ou enxerto de pele de peixe. Nesse procedimento, a pele de certas espécies de peixe, como a tilápia, é utilizada como uma cobertura temporária para queimaduras. A pele de peixe possui propriedades benéficas para a cicatrização de queimaduras, como a presença de colágeno, proteínas e ácidos graxos ômega-3. Esses componentes podem ajudar na redução da dor, inflamação e infecção, além de promover a regeneração dos tecidos. A aplicação da pele de peixe nas queimaduras geralmente ocorre após a limpeza e desbridamento adequados da área afetada. A pele do peixe é fixada sobre a queimadura e pode ser deixada no local por alguns dias, permitindo que as propriedades terapêuticas ajam na região afetada. É importante ressaltar que o uso da pele de peixe no tratamento de queimaduras deve ser realizado sob supervisão médica e seguindo as diretrizes clínicas adequadas. Cada caso deve ser avaliado individualmente para determinar a viabilidade e eficácia do uso dessa técnica específica.

A pele de peixe também pode ser utilizada na produção de couro, conhecido como couro de peixe ou fish leather, é valorizado por sua textura única e durabilidade. É comumente utilizado na fabricação de acessórios como bolsas, carteiras, sapatos e até mesmo em peças de vestuário. Além disso, o uso da pele de peixe para a produção de couro ajuda a reduzir o desperdício na indústria pesqueira. É uma alternativa interessante e sustentável para a produção de artigos de couro. A pele de peixe também pode ser utilizada na produção de produtos alimentícios. Um exemplo comum é o kamaboko, onde a pele de peixe pode ser adicionada para melhorar sua textura e sabor. Além disso, a gelatina extraída da pele de alguns tipos de peixe também é utilizada na produção de sobremesas, como gelatinas e mousses. Outro produto que vem se popularizando é a “pururuca de pele de peixe”, um produto simples elaborado com pele de peixe que foi previamente salgada e seca, que após o processo de fritura, se expande. A utilização da pele de peixe na indústria alimentícia ajuda a aproveitar ao máximo os recursos do pescado, reduzindo o desperdício.

As escamas de peixes podem ter várias aplicações. Algumas das principais utilizações das escamas de peixes incluem: (1) Indústria alimentícia: As escamas de peixe podem ser utilizadas como fonte de cálcio em produtos alimentícios, como pães, cereais e massas. Além disso, elas podem ser adicionadas a alimentos para animais, como ração para cães e gatos; (2) Indústria cosmética: As escamas de peixe são ricas em colágeno e outros nutrientes benéficos para a saúde da pele e cabelos. Elas podem ser utilizadas na produção de cosméticos, como cremes hidratantes, xampus e condicionadores; (3) Indústria farmacêutica: As escamas de peixe possuem compostos bioativos que podem ter propriedades medicinais. Elas podem ser utilizadas na produção de suplementos alimentares e medicamentos; (4) Indústria têxtil: As escamas de peixe podem ser utilizadas como fonte de quitina, um polissacarídeo utilizado na produção de fibras têxteis com propriedades antibacterianas e antifúngicas. Além disso, as escamas de peixes também podem ser utilizadas como adubo orgânico ou em processos de compostagem para a produção de fertilizantes naturais.

Pesquisas científicas continuam descobrindo substâncias emergentes e explorando os benefícios potenciais do pescado para a saúde humana e outras aplicações. Nesse sentido, o resíduo do pescado também é uma fonte rica de bioprodutos e moléculas ativas que possuem propriedades benéficas para diversos fins.

A peptona é um produto obtido a partir da hidrólise enzimática das proteínas presentes no pescado. Nesse processo, as proteínas são quebradas em fragmentos menores, chamados de peptídeos, que possuem propriedades nutricionais e funcionais. A peptona obtida de pescado possui um elevado teor de aminoácidos essenciais, vitaminas e minerais, tornando-se uma fonte valiosa de nutrientes para diferentes aplicações. Na indústria alimentícia, a peptona obtida de pescado pode ser utilizada como ingrediente em alimentos processados, como sopas, molhos e produtos em conserva. Na indústria farmacêutica, é utilizada na formulação de medicamentos e suplementos nutricionais. Já na indústria cosmética, é utilizada em produtos para cuidados com a pele e cabelos, devido às suas propriedades hidratantes e revitalizantes. No entanto, é importante garantir que o processo de obtenção da peptona seja realizado dentro das normas sanitárias e de qualidade adequadas para garantir sua segurança e eficácia.

As proteases obtidas de pescado são enzimas proteolíticas extraídas de peixes. Essas enzimas têm a capacidade de quebrar as ligações peptídicas das proteínas, resultando na hidrólise em peptídeos menores. Essas proteases são amplamente utilizadas na indústria alimentícia, farmacêutica e de produtos químicos, devido à sua capacidade de catalisar reações de hidrólise das proteínas. Na indústria alimentícia, essas enzimas são utilizadas para melhorar a maceração e a digestão de proteínas em alimentos processados, como carnes, laticínios e produtos de panificação. Na indústria farmacêutica, as proteases obtidas de pescado são utilizadas na produção de medicamentos e suplementos nutricionais, para melhorar a absorção e a digestão de proteínas. Além disso, essas enzimas também têm aplicações na indústria têxtil, no processo de curtimento de couro e na produção de detergentes. A obtenção das proteases de pescado geralmente envolve processos de extração e purificação das enzimas a partir do tecido do peixe. Essas enzimas são altamente específicas para a quebra das ligações peptídicas das proteínas e podem ser utilizadas em diferentes condições de pH e temperatura, dependendo da aplicação desejada. É importante ressaltar que o uso das proteases obtidas de pescado deve ser feito com cuidado e seguindo as regulamentações adequadas, garantindo a segurança e eficácia dos produtos finais.

A obtenção de peptídeos ativos do pescado refere-se ao processo de extração e isolamento de pequenas cadeias de aminoácidos encontradas em proteínas presentes no pescado. Esses peptídeos podem ter propriedades bioativas e potenciais benefícios para a saúde humana. O processo de obtenção de peptídeos ativos do pescado geralmente envolve as seguintes etapas: (1) Seleção e preparação do pescado: São selecionadas espécies de peixes adequadas para a extração de peptídeos, e o pescado é processado e preparado para a extração, removendo-se cabeça, vísceras e espinhas; (2) Extração: A proteína do pescado é extraída usando diferentes métodos, como hidrólise enzimática, hidrólise ácida ou hidrólise alcalina. Esses processos quebram as proteínas em peptídeos menores. (3) Filtração e purificação: Após a extração, os peptídeos são filtrados para remover resíduos sólidos. Em seguida, eles podem passar por processos adicionais de purificação, como precipitação, troca iônica ou cromatografia, para obter uma forma mais pura dos peptídeos; (4) Testes de atividade biológica: Os peptídeos obtidos são testados quanto às suas atividades biológicas específicas, como propriedades antioxidantes, antimicrobianas ou anti-inflamatórias. Os peptídeos ativos do pescado podem ser utilizados em diferentes indústrias, incluindo alimentos funcionais, suplementos alimentares, produtos farmacêuticos e cosméticos. No entanto, é importante ressaltar que a pesquisa científica sobre os efeitos e benefícios específicos desses peptídeos está em constante evolução. Portanto, é necessário realizar estudos adicionais para confirmar suas propriedades e potenciais aplicações.

A extração de colágeno da pele de peixes é um processo utilizado para obter essa proteína de forma isolada a partir do tecido dérmico dos peixes. O colágeno é uma proteína estrutural encontrada em grande quantidade na pele dos peixes, que possui propriedades benéficas para diversas aplicações na indústria. O colágeno obtido a partir da pele de peixes pode ser utilizado em diversas aplicações industriais, como na produção de alimentos, cosméticos, produtos farmacêuticos e biomateriais. Suas propriedades estruturais e biocompatibilidade o tornam um ingrediente valioso em várias áreas.

Os crustáceos (camarões, lagostas e caranguejos) são conhecidos por conterem pigmentos carotenoides em seus exoesqueletos e tecidos, responsáveis pelas cores vibrantes encontradas nesses animais marinhos, tais como: (1) Astaxantina: um dos carotenoides mais comuns encontrados em crustáceos, especialmente em camarões e lagostas. No estado in natura encontra-se combinada com proteína, produzindo cores variando entre o amarelo, vermelho, laranja, marrom, verde, azul, violeta, roxo etc.; (2) Canthaxantina: carotenoide que confere cor alaranjada ou avermelhada; (3) β-caroteno: carotenoide responsável pela cor laranja ou amarela. Esses pigmentos carotenoides não apenas contribuem para as cores atraentes dos crustáceos, mas também têm propriedades antioxidantes e anti-inflamatórias que podem ser benéficas para a saúde humana. Além disso, eles são utilizados na indústria alimentícia como corantes naturais em produtos como massas, molhos e suplementos alimentares.

A quitina e a quitosana são dois polissacarídeos derivados do exoesqueleto de crustáceos, que possuem propriedades interessantes e são utilizadas em diversas aplicações: (1) Quitina: A quitina é o segundo polissacarídeo mais abundante na natureza, depois da celulose. Ela é encontrada no exoesqueleto de crustáceos e também em outros organismos, como insetos e fungos. A quitina é conhecida por sua resistência, rigidez e propriedades antimicrobianas. É utilizada em aplicações como curativos para feridas, membranas para regeneração tecidual, filmes biodegradáveis e também como uma fonte de quitosana; (2) Quitosana: A quitosana é obtida a partir da desacetilação da quitina, resultando em um polímero solúvel em ácido acético diluído. Ela possui propriedades biodegradáveis, antimicrobianas, hemostáticas e cicatrizantes. A quitosana é usada em uma variedade de aplicações, incluindo curativos para feridas, revestimentos para liberação controlada de medicamentos, suplementos dietéticos para redução de peso e também na agricultura como um agente bioestimulante. Tanto a quitina quanto a quitosana têm despertado interesse na indústria devido às suas propriedades versáteis e sustentáveis.

As conchas de moluscos (ricas em carbonato de cálcio) têm sido exploradas para o desenvolvimento de novos produtos devido às suas propriedades e composição. Aqui estão alguns exemplos de uso das conchas de moluscos: (1) Fertilizantes: podem ser trituradas e utilizadas como fonte de cálcio em fertilizantes orgânicos. O cálcio presente nas conchas é benéfico para o crescimento e fortalecimento das plantas; (2) Suplementos alimentares: fonte natural de minerais como cálcio, magnésio e potássio. Elas podem ser processadas em forma de pó e utilizadas como suplementos alimentares para promover a saúde óssea e a função muscular; (3) Materiais de construção: podem ser transformadas em um material semelhante ao cimento chamado "concreto de concha". Esse material possui boa resistência mecânica e pode ser usado na construção civil, por exemplo, na fabricação de tijolos, pisos e revestimentos. Também podem ser transformados em óxido de cálcio (CaO), conhecido como cal virgem; (4) Indústria cosmética: Extratos obtidos das conchas de moluscos podem ser utilizados na indústria cosmética como ingredientes em produtos para cuidados com a pele e cabelo. Esses extratos podem ter propriedades antioxidantes, hidratantes e rejuvenescedoras.

 

 

Por fim, percebe-se que há uma infinidade de opções de uso do resíduo do processamento do pescado, basta garantir seu frescor (e não o tratar como lixo) e fazer um estudo de viabilidade técnico-econômica e mercado antes de iniciar qualquer aproveitamento.

Prof. Dr. Alex Augusto Gonçalves

Universidade Federal Rural do Semi Árido (UFERSA), Mossoró, RN, Brasil

Chefe de Ouvidoria e Transparência- Ministério da Agricultura e Pecuária - MAPA, Brasília, DF

alaugo@ufersa.edu.br | alaugo@gmail.com | alex.goncalves@agro.gov.br | (61) 99173-8910

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Alex Augusto Gonçalves

Oceanógrafo (FURG – 1993), Mestre em Engenharia de Alimentos (FURG – 1998), Doutor em Engenharia de Produção (UFRGS – 2005) e Pós-doutor em Engenharia (Dalhousie University, Halifax, Canada – 2008). Foi professor do curso de Engenharia de Alimentos (ICTA/UFRGS e UNISINOS), coordenador adjunto do Curso Superior em Gastronomia (UNISINOS). Foi professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGNUT/UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Ecologia Marinha e Costeira (PPG-BEMC/UNIFESP). Hoje é Professor Associado IV de Tecnologia do Pescado no curso de Engenharia de Pesca, Chefe do Laboratório de Tecnologia e Controle de Qualidade do Pescado (LAPESC/CCA/DCA/UFERSA), cedido ao Ministério da Agricultura e Pecuária (desde 2019). Foi Coordenador-Geral da Pesca Continental (SAP/MAPA), Coordenador-Geral de Monitoramento da Pesca e Aquicultura (SAP/MAPA), Diretor Departamento de Pesca (SAP/MAPA), Gerente de projetos do Escritório de Gestão de Projetos (SAP/MAPA), Assessor Técnico Especializado do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (DEPROS/SDI/MAPA), Chefe do Serviço de Transparência e Fomento (DEPROS/SDI/MAPA), e atualmente Chefe de Ouvidoria e Transparência (Ouvidoria/MAPA). Consultor Ad hoc de revistas nacionais e internacionais, revisor Ad hoc de Projetos de Pesquisa e Extensão, e consultor internacional da FAO/ONU. Bolsista Produtividade em Pesquisa (PQ) CNPq – nível 2 (2017-2019). Editor Associado – Brazilian Journal of Food Technology. Editor do Livro “Tecnologia do Pescado: ciência, tecnologia, inovação e legislação” premiado em 2º Lugar na Categoria “Tecnologia e Informática”, no 54º Prêmio Jabuti 2012.

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Charge Edição nº Publicado em 18/09/2023
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