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Atualidades da Carcinicultura
23 de Fevereiro de 2023 Diego Maia Rocha
O apogeu da carcinicultura Cearense: trajetória, destaques e perspectivas futuras

 

 

De cada 10 camarões de cultivo consumidos no Brasil, pelo menos 4 são do Ceará. O estado, não apenas é o maior produtor de camarão, como em 2021 atingiu seu maior recorde de produção (55.600 toneladas), tendo o maior número de produtores, distribuídos por dezenas de municípios.

Portanto, acompanhar e entender o comportamento de produção da carcinicultura nesse estado é de fundamental importância para aqueles que tem algum tipo de interesse ou relacionamento com a carcinicultura brasileira. Dessa forma, a proposta desse artigo é relatar um breve histórico das transformações dessa indústria ao longo dos últimos anos e transmitir quais as possibilidades de perspectivas futuras.

Trajetória

Conseguimos ter uma dimensão da trajetória da carcinicultura cearense quando analisamos o resultado dos últimos censos realizados. No primeiro censo de 2004, apenas 13 municípios do cinturão litorâneo abrangiam a produção de camarão do estado, dados preliminares divulgados pela ABCC apontam que em 2021 esse número chegou em 59 municípios. (Tabela 1 – Evolução dos censos – 2004, 2011, 2016 e 2021.)

Mas, durante esse caminho, houve alegrias e tristezas, quando por exemplo, em 2015 o Ceará chega pela primeira vez a marca de 41.414 toneladas produzidas, mas, um ano depois, enfrentaria uma das maiores retrações de produção de sua história devido a crise relacionada ao vírus da mancha branca.

 

 

 

 

Apesar das adversidades enfrentadas, a área de produção continuou crescendo, e um dos principais motivos para que isso ocorresse foi o significativo avanço em águas interiores (águas de poço ou de rios) motivados principalmente por serem áreas com ausência inicial de enfermidades.

Destaques

Nos últimos 5 anos a carcinicultura do Ceará obteve uma taxa de crescimento superior a 15% a.a, e assim como tem ocorrido em outros estados do Brasil (como exemplo: Paraíba, Alagoas e Sergipe), a carcinicultura de águas interiores é sem sombra de dúvidas o principal destaque da carcinicultura cearense, que também nessa modalidade, é o maior estado produtor. Evidente que o aumento da produtividade em áreas até determinado momento não afetadas pela mancha branca, propiciou esse aumento mais rápido na produção (Figura 1), permitindo que produtores trabalhassem em densidades de estocagem mais altas que o litoral (7-12 cam/m² na sua maioria). Com o passar dos primeiros ciclos, as densidades e produtividades estiveram mudando, bem como, os desafios aumentando, mas o impacto dos cultivos em água oligohalinas alterou rapidamente a configuração de perfil da produção de camarão no estado, por origem de água. Ao avaliarmos o avanço dessa representatividade, destacamos que no ano de 2016 cerca de 56% do número total de produtores (700) cultivava camarão em águas oligohalinas, já em 2021 a estimativa é que esse percentual ultrapasse os 80% dos produtores levantados (1.786).

 

Perspectivas futuras

 

Fazer previsões sobre a carcinicultura ou do agronegócio de uma maneira geral, é sempre muito desafiador pelas inúmeras variáveis existentes (clima, mercado, economia, enfermidades etc.). Por isso, geralmente as previsões são baseadas no que aconteceu e está acontecendo agora. Então nesse momento o fato é que o Ceará em 2021 atingiu números expressivos em sua produção, com a perspectiva de serem ultrapassados em 2022. Apenas para termos como exemplo, o Ceará tem uma produção maior que países como Venezuela (35.640) e Peru (30.000 t) em 2021, que são países tradicionais na produção de camarão da América Sul.

 

 

 

 

Há muitas interrogações relacionadas ao comportamento dos preços de camarões ao longo do ano, com a constante oferta de camarão fresco, e como esse convívio muito próximo do custo de produção vai impactar na vida dos produtores e nessa tendência de crescimento. Assim como o produtor Cearense encontrou novas áreas para o cultivo de camarões, terá que encontrar seus próprios caminhos para aumentar a eficiência e melhorar a comercialização.

Autor: Diego Maia Rocha - Sócio-Diretor Synbiaqua Cultivos Aquáticos - Natal, RN diegomaiarocha@synbiaqua.com.br

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