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Green Technologies
01 de Dezembro de 2018 Maurício Emerenciano
Aquaponia no Brasil: passado, presente e futuro!

 

 

 

Um pouco da história e uma breve reflexão sobre os rumos da aquaponia comercial no nosso país é o tema da coluna Green Technologies desta edição. Afinal, quando o assunto é aquaponia comercial, ou seja, uma atividade encarada como negócio e geradora de divisas, infelizmente são poucas as páginas desse livro no Brasil. Vale frisar que a história da aquaponia no mundo já foi narrada nesta coluna na edição n°11. Continuando com essa analogia, um “capítulo 1” desse livro seria quando as primeiras informações começaram a circular no nosso país. Os primeiros informes técnicos foram lançados no final dos anos 90 e início dos anos 2000, mas ainda com grande foco na aquaponia de pequena escala, ou seja, aquela praticada nos jardins das casas, na varanda dos apartamentos, entre outros. Com o aumento do interesse geral do público e com os bons resultados produtivos obtidos em fazendas aquapônicas no exterior, despertou o interesse pela academia brasileira na última década com destaque para a Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Federal do Alagoas (UFAL), Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), Universidade Estadual Paulista (UNESP), além da APTA-SP e a pioneira Embrapa Tabuleiros Costeiros, ambas com lançamento de manuais e diversos materiais técnicos sobre o assunto.

Um capítulo 2 dessa história seria sobre a instalação das primeiras fazendas comerciais na última década. Atualmente o Brasil já conta com pelo menos dez bons exemplos espalhados pelo nordeste e estados como SP, PR, MG e MS. E esses números, na minha humilde opinião, tendem a aumentar. Com o advento da crise econômica que abalou o nosso país nos últimos anos, muitos profissionais perderam ou abandonaram seus empregos e decidiram abrir seu próprio negócio. Nessa fatia, muitos partiram (e vão partir) para o agronegócio com pequenas fazendas e dedicando seus produtos para mercados nicho.

 

 

 

 

Aí entra a aquaponia e o nosso “capítulo 3”, com as necessidades atuais e perspectivas futuras. Observando estas tendências e com olhar nos belos exemplos que estão ocorrendo em países europeus como Alemanha, Inglaterra, Holanda, Suíça, Noruega, além dos EUA e diversos países latino-americanos como México, Chile e Colômbia, a tendência que a aquaponia comercial no Brasil cresça e se profissionalize cada vez mais. A disponibilidade de informações técnicas (reais) e mais exemplos comerciais bem-sucedidos (não somente demonstrativos) serão fundamentais. Na internet, existe uma verdadeira enxurrada de vídeos e posts sobre aquaponia no Brasil, mas infelizmente a grande maioria com sistemas “enjambrados”, desenvolvidos sem nenhum ou pouco fundamento teórico. Como diz meu nobre colega e amigo Fábio Sussel, não podemos criar peixes em caixas d’água e ficar achando que isso é um modelo de negócio. Nada contra a criatividade de cada um, mas uma atividade séria precisa de pesquisas, conhecimento biológico (neste caso peixes e plantas), de engenharia especializada e de cálculos financeiros. Para um agronegócio dar certo, menos “achismos” e mais teoria fundamentada são pré-requisitos. Felizmente, hoje estão sendo formados graduandos, mestres e doutores especialistas na área e trazendo uma boa bagagem teórica para resolver os problemas da aquaponia comercial, o que no passado era inimaginável. Assim, com a implantação de fazendas comerciais que tenham suporte técnico, e que priorizem por produtos e equipamentos mais específicos com maior controle, previsibilidade e biossegurança na produção, este vai ser um marco para mais um novo capítulo da aquaponia no Brasil. É ver para crer!

 

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Maurício Emerenciano

Maurício Emerenciano é graduado em Zootecnia (UEM), mestre em aquicultura (FURG) e doutor em Ciências pela UNAM (México). Em 2014 foi ganhador da Medalha Alfonso Caso (menção honrosa designada às melhores teses e dissertações dos Programas de Pós-Graduação da UNAM/México). Atua na aquicultura desde 2002 e como pesquisador já realizou cooperação científica em diversos centros de pesquisa como Waddell Mariculture Center (EUA), CSIRO (Austrália) e IFREMER (França). Foi consultor científico em aquicultura para o governo do Chile, do México e Polinésia Francesa (Pôle d’Inovación de Tahiti). Membro do Biofloc Technology Steering Committee (AES), voltado a ações científicas e tecnológicas referentes ao sistema BFT. Possui capítulo de livro referência mundial da tecnologia de bioflocos (Biofloc Technology - The practical guide 3rd edition). Já proferiu mais de 20 cursos e diversas palestras sobre tecnologias “mais verdes” de produção para produtores, indústria e academia no México, Brasil, Chile e Colômbia. Atualmente é professor e pesquisador da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), campus Laguna/SC, onde coordena projetos de pesquisa vinculados ao setor público e privado.

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Charge Edição nº Publicado em 18/09/2023
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