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13 de Setembro de 2022 Jenner Menezes
Processos evolutivos na reprodução de peixes redondos - Parte I

 

 

Atualmente, a grande maioria das bases de reprodução de peixes redondos espalhadas pelo país adotam as mesmas técnicas empregadas na década de 70 para espécies como tambaqui, pirapitinga, pacu e seus híbridos além de outras espécies nativas e exóticas. Poucas e tímidas são as modificações e evoluções neste processo produtivo desde então.

Neste sistema de produção os índices de sobrevivência de larvas, pós-larvas e alevinos estão intimamente ligados aos fatores ambientais como temperatura, qualidade de água de incubação, índices de insolação (determinantes para satisfatória formação de fito e zooplâncton) e taxas de oxigênio, entre outros fatores. Tais fatores, por sua vez, irão ditar o sucesso ou insucesso de uma sequência de etapas que são a incubação, larvicultura e alevinagem decorrentes de um processo reprodutivo para produção de formas jovens. Este sistema pode permitir índices de sobrevivência em todo o processo desde a incubação até a comercialização dos alevinos, de até 70%, como também existem muitos casos onde produtores amargam taxas abaixo de 30%.

O emprego de algumas técnicas e estratégias pode ser usado para modificar este quadro para obtenção de produção mais satisfatória e com índices produtivos mais constantes. O primeiro passo para tal é melhorar a infraestrutura do pavilhão de incubação e larvicultura.

 

 

 

 

Para manutenção e regularidade da água de incubação, principalmente em regiões com águas que apresentam baixa alcalinidade e dureza e que fica inconstante e inviável trabalhar com sistema aberto, a alternativa é ter água de incubação em sistema de recirculação total ou parcial, equipado com sistema de filtração e aeração. Sistemas equipados com 10 incubadoras de 200 litros podem trabalhar com 1015 m³ de volume de água em recirculação com aeração e filtração (física, química e biológica). Importante manter um pré-filtro para abastecimento da água de entrada do sistema para evitar entrada de organismos indesejáveis na incubação, como é o caso dos copépodos que a depender da concentração podem dizimar um lote inteiro de larvas e pós-larvas. Outro detalhe determinante é um correto dimensionamento da bomba de recirculação e do sistema de aeração de forma a manter a vazão adequada e remoção de metabólitos das incubadoras em cada fase da incubação e na manutenção de taxas satisfatórias de oxigênio dissolvido para as larvas e pós larvas. Um detalhe importante é que este sistema mantenha de prontidão um grupo gerador também pré-dimensionado para o caso de falta de energia elétrica. O uso de bombas e aeradores modernos permite o uso de baixa potência elétrica e também baixo consumo de energia, possibilitando produzir em 10 incubadoras, por volta de 2 milhões de pós-larvas em cada ciclo de reprodução utilizando menos de 3 KVA de potência total instalada. Opcionalmente podem ser instalados geradores de ozônio e lâmpadas Ultra-violeta para melhorar o quadro sanitário do sistema.

Esta primeira estratégia de modificação do sis tema de incubação pode elevar em mais de 30% a taxa de sobrevivência das larvas e pós larvas na fase inicial de incubação que dura aproxima damente 5 dias a depender da temperatura. A limpeza das incubadoras com remoção de ovos inférteis, cascas de ovos e outros resíduos sólidos é imprescindível. Usar estratégia de remoção parcial de água pós-eclosão que se apresenta rica em compostos nitrogenados logo após a eclosão das larvas, também é indispensável, valendo salientar que o mesmo volume excluído deverá ser repos to com água previamente corrigida e pré-filtrada. Também o uso de biorremediadores na água de recirculação melhora consideravelmente a degra dação dos resíduos pós-eclosão e a nitrificação de compostos nocivos às larvas e pós-larvas.

Nesta fase também é possível observar por meio de lupa ou microscópio a velocidade de consumo de vitelo por parte das larvas/pós-larvas e o produtor poder optar por ofertar alimento extra. Este será o tema do nosso próximo artigo, a vantagem do uso de alimentação suplementar e oferta de alimentos vivos para pós-larvas de peixes redondos. Até lá.

 

 

 

 

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