O uso de aditivos nas dietas é uma prática cada vez mais comum na indústria de nutrição aquícola e também adotada, e em alguns casos exigida, pelos produtores. Aditivos consistem nos ingredientes ou compostos que não possuem valor nutricional e são adicionados nas formulações com o intuito de aprimorar:
1) Certas características físicas e químicas das dietas, como densidade, textura, flexibilidade, durabilidade, resistência contra oxidação, entre outros pontos;
2) Desenvolvimento, crescimento e estado de saúde dos organismos aquáticos;
3) A qualidade do produto final a ser comercializado.
Alguns exemplos de aditivos são: ligantes, antioxidantes, conservantes, enzimas, probióticos, prebióticos, extratos derivados de animais e vegetais, entre outros.
Um dos aspectos mais relevantes do uso de aditivos está relacionado com a saúde intestinal dos organismos. Já é bastante evidente que as estruturas intestinais e sua microbiota são influenciadas pelo alimento e sua composição. Assim, certos ingredientes são benéficos para a saúde intestinal enquanto outros não, por isso é importante sabermos a composição das dietas. Nesse contexto, o uso de certos aditivos pode, por exemplo, promover uma melhor saúde intestinal favorecendo a utilização de nutrientes e em consequência aprimorar o crescimento, fato constantemente relatado nos jornais científicos e nas revistas de divulgação da área de aquacultura. Ultimamente existe um grande interesse em entender melhor as relações entre microbiota, nutrição, saúde e crescimento, a julgar pelo vasto número de publicações sobre o tema.
Outro aspecto importante é o uso de aditivos como imunoestimulantes, tendo em vista os efeitos negativos do uso de antibióticos na aquacultura. Nesse contexto, a oferta de um alimento que fortifique o sistema imune do organismo e que previna a incidência de doenças é algo desejável e real. Está comprovado que certos compostos possuem características benéficas para o sistema imune, porém vale ressaltar que o potencial dos imunoestimulantes em substituir os antibióticos é limitado, pois pesquisas mostram resultados contraditórios e na maioria dos casos a eficácia desses aditivos não se compara com a ação de antibióticos. Não estou promovendo o uso de antibióticos na aquacultura, só quero ressaltar que o uso de imunoestimulantes como substitutos de antibióticos não é uma prática totalmente garantida.
Outra vertente de aditivos abrange as plantas medicinais, que em sua maioria são atrativas por promoverem o crescimento e desenvolvimento, melhorarem o sistema imune e estimularem o apetite. Muitas dessas plantas possuem compostos bioativos como polissacarídeos, alcaloides e flavonoides, os quais são responsáveis pelos resultados positivos descritos anteriormente. Existem vários estudos ressaltando o potencial de ervas, raízes, cebola, alho, canela, chá verde, entre outras plantas medicinais.
As dietas funcionais, assim chamadas, são aquelas que não apenas satisfazem as demandas e exigências nutricionais mas também possuem certos aditivos e/ ou nutrientes bioativos com o intuito de prover uma melhor saúde e bem estar ao organismo. Alguns exemplos desses são: probióticos, prebióticos, nucleotídeos e imunoestimulantes como B-glucana e lactoferina. As dietas funcionais constituem uma área de grande interesse e com grandes avanços e pode-se esperar que elas se tornem uma prática comum no futuro próximo.
Nessa coluna quis apresentar brevemente as principais funções e utilidades dos aditivos nos alimentos aquícolas. Conforme foi discutido, existe muito material a respeito desse tema e muitas rações comerciais já incorporam aditivos para diversos fins. Por fim, alguns produtores exigem aditivos específicos nas suas dietas para atingir objetivos próprios e prevenir resultados indesejados.
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Artur N. Rombenso é oceanólogo Brasileiro de 28 anos e doutor em Nutrição aquícola pela Southern Illinois University Carbondale – EUA. Atualmente é professor/pesquisador no Instituto de Oceanografia na Universidade Autônoma de Baja California – México. Nos últimos 5 anos o Artur vem trabalhando com nutrição de peixes com ênfase em fontes alternativas de lipídeos e requerimentos de ácidos graxos. Possui vários trabalhos publicados em revistas científicas e técnicas, nacionais e internacionais, e ganhou 5 prêmios de melhor trabalho científico durante seu doutorado. Possui também grande experiência internacional participando e colaborando em projetos de pesquisa e extensão em mais de 7 países. Além do lado acadêmico, Artur auxilia na coordenação de pesquisa, extensão e produção de uma maricultura em Angra dos Reis – RJ. As principais linhas interesse se extendem desde nutrição (organismos aquáticos e humanos) à aquacultura, maricultura, lipídeos, ácidos graxos, e qualidade nutricional de frutos do mar.
E-mail: arturnr@yahoo.com.br
Skype: artur.nishioka
CV: Research Gates
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