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01 de Junho de 2018 André Camargo
O mercado da tilapicultura

 

 

A indústria mais importante da aquicultura brasileira hoje, sem dúvida nenhuma, é a tilapicultura. Com suas 357 mil toneladas de produção em 2017, abasteceu o mercado interno de filés e peixes frescos inteiros, além de ainda exportar uma pequena parte para o mercado americano de filés frescos.

A tilapicultura iniciou no Brasil como cadeia produtiva no fim da década de 80, no oeste do Paraná. Lá a produção em viveiros escavados começou a ganhar escala e partir para a conquista de mercados. No início, os produtores não tinham para quem vender e por este motivo iniciaram a busca de mercado com dois focos: o mercado de filé de peixe branco e o mercado de peixes vivos na grande São Paulo e arredores da capital. Os pesque-pagues na época tinham foco nas espécies nativas, principalmente o Pacu e seus híbridos com Tambaqui, mas com a rotatividade que a tilápia apresentava nas vendas, passaram a aceitar muito bem a espécie.

De modo geral, por uma década os pesque-pagues, que passaram a se popularizar em todo o país, foram o carro chefe no escoamento da tilápia produzida pela aquicultura, seguida do mercado de filé congelado que também se desenvolvia a passos mais lentos.

Paralelo a isso, no nordeste brasileiro, a tilapicultura se apresentou como uma excelente atividade para o produtor rural, principalmente aqueles que podiam aproveitar os açudes públicos e as represas das usinas hidrelétricas para a produção de tilápias em tanques-rede. Este peixe sempre foi consumido localmente nas feiras livres e mercados públicos de todo o Nordeste. De tão importante que é, este mercado continua aumentando seus volumes até hoje e neste momento, por conta da seca nordestina, acaba importando de outros estados da federação.

 

 

 

 

No final da década de 90 e início dos anos 2000, o mercado americano de filés frescos de tilápia passou a crescer a passos largos e com câmbio favorável alguns produtores brasileiros passaram a desenhar projetos adaptados às exigências daquele mercado que tanto demandava naquele momento. Com isso nasceram indústrias de processamento, principalmente no noroeste de São Paulo, focadas no mercado americano, como a Geneseas, Tilápia do Brasil entre outras.

Este mercado se desenvolveu e levou o Brasil a produzir filés altamente competitivos em relação a outros países da América Latina. Nossa qualidade de filé evoluiu muito e os fretes aéreos nacionais que eram competitivos devido ao grande número de opções, viabilizaram a entrada do Brasil de vez no mercado americano.

Principalmente pelas questões cambiais no meio da década de 2000, o mercado americano foi perdendo importância, os produtores perdendo competitividade e o brasileiro precisou reinventar-se para colocar no mercado a sua produção. Neste momento começou a crescer a venda de filés frescos nas grandes redes de supermercados brasileiros, nos moldes americanos mas com toque tupiniquim. Este mercado se desenvolveu rapidamente e passou a ser a mais importante fonte de escoamento da tilápia brasileira, hoje as peixarias são realidade em grande maioria das redes varejistas do Brasil e a tilápia sem dúvida a espécie mais importante destas redes.

Podemos dizer que a segmentação do mercado brasileiro de tilápias hoje apresenta cerca de 45% de seu consumo direcionado aos filés frescos, 30 a 35% direcionado aos mercados de peixes frescos inteiros ou eviscerados, 15 a 20% ainda voltados aos pesque-pagues e seus restaurantes e menos de 5% direcionados à exportação.

Porém o momento da tilapicultura brasileira é bastante delicado, a crise econômica regula o consumo de filés, produtos acima de R$35,00 no varejo, a produção cresce em diversos estados como Paraná, São Paulo e Mato Grosso do Sul, o inverno chega e naturalmente diminui a demanda por pescado e desta forma o produtor brasileiro se vê frente a uma grande oferta para o mercado interno, queda de preços e outras consequências.

Com certeza precisamos voltar o foco às exportações novamente, o câmbio atual é favorável, nossa produção cresceu e vai crescer muito mais ainda, a demanda mundial por tilápias cresceu muito nos últimos anos e quem sabe esta pequena crise de excesso de oferta no mercado interno não potencialize a volta do Brasil ao mercado externo de forma firme e consistente.

 

 

 

 

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