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Visão Aquícola
10 de Fevereiro de 2022 Giovanni Lemos de Mello
Aquicultura: menos é mais?

 

Se for para generalizar, não sei responder. Temos criações aquáticas tão diversas, como jacarés, lagostas, enguias ou ouriços-do-mar, que não tenho como “cravar” se menos é mais.

No caso da tilápia, tenho quase certeza que sim. Aliás, já ouvimos isto de um dos maiores criadores de alevinos de tilápia do Brasil. A afirmação está inclusive gravada em uma Live de Quinta, para quem quiser relembrar.

Para os camarões marinhos, especialmente da espécie Litopenaeus vannamei, o único crustáceo marinho produzido no Brasil, sem dúvidas, MENOS é MAIS.

Mas o que significa MENOS é MAIS? É bem simples. Se você reduzir a densidade de estocagem, os animais têm mais espaço para crescer e adivinha? Vão crescer mais! Se é óbvio? Sim é óbvio! Os produtores sabem disso ou fazem esta conta? A maioria não. 

Essa dica não é muito bem aceita para dois elos importantes de nossa cadeia produtiva aquícola. Natural, menores densidades significam menor necessidade de insumos. Vale lembrar que vivemos os tempos dos simbióticos, da ambiência, do aquamimicry. E não vejo ninguém criticar estes modelos. E a ideia do “menos é mais” é justamente por aí.

 

 

Você trabalha com 15 camarões/m², produz camarões com peso médio final de 12 g e comercializa os crustáceos a R$ 20,00 o quilo? Em 10 hectares, com 70% de sobrevivência, temos 12.600 quilos produzidos e R$ 252 mil reais de faturamento. Agora vamos experimentar 7,5 camarões/m² e peso médio final de 24 g. Temos os mesmos 12.600 quilos produzidos. E adivinha o faturamento? Não preciso nem apresentar as últimas projeções e o lucro final.

Tratando-se de espécies onívoras, que aproveitam bem o alimento natural, quanto mais espaço, maior o conforto, menor o estresse e maior o crescimento. De lambuja, você ainda economiza em pós-larvas e ração.

Tem carcinicultores se “agigantando” no Brasil trabalhando justamente com esta fórmula: MENOS é MAIS. Sou fã dos intensivos e estes serão, sem medo de errar, o futuro da aquicultura. Mas enquanto tivermos áreas disponíveis, terra e água em abundância, por que não criar organismos aquáticos com menor custo de produção e menor risco sanitário?

E você, até quando vai trabalhar para pagar os boletos de ração e a conta de energia elétrica? 

 

 

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Giovanni Lemos de Mello

Graduado na primeira turma do Brasil de Engenharia de Aquicultura, pela Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC (2003), possui Mestrado (2007) e Doutorado (2014) pelo Programa de Pós-Graduação em Aquicultura da UFSC. A partir de 2002 atuou como consultor técnico em diversas fazendas de cultivo de camarão marinho de SC. Em 2006 fundou a empresa AQUACONSULT – Projetos e Serviços em Aquicultura e Meio Ambiente, sendo homenageado pelo Presidente do CREA-SC como a primeira empresa de aquicultura filiada ao órgão, no Estado. Atualmente é Professor Adjunto II do curso de Engenharia de Pesca da Universidade do Estado de Santa Catarina, campus Laguna, secretário de relações internacionais da Peixe BR e editor-chefe da Revista Aquaculture Brasil.

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