Considerando o crescimento do cultivo e o mercado de tilápia no mundo conversei com o Dr. Juan Carlos Mallo e sua equipe. Juan é coordenador científico da Universidade Tecnológica Nacional de Mar del Plata, diretor do Laboratório de Aquicultura da Universidade Nacional Mar del Plata (LACUI) e Pesquisador da Comissão de Investigações Científicas da província de Buenos Aires (CIC). O Laboratório realiza pesquisas visando o cultivo de tilápia em sistemas de recirculação (RAS).
Na Argentina a produção aquícola no ano de 2016 chegou a 3303,99t, liderada pelo Pacu (Piaractus mesopotamicus) 1946,70t e a truta Arco Iris (Oncorhynchus mykiss) 963,47t. A produção de Tilápia (Oreochromis niloticus) foi de só 62,20 t. (Panné Huidobro, 2017).
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Existe potencial para o cultivo de tilápia na Argentina?
Dr. Juan: Sim, realmente existe. Nosso país possui diferentes caraterísticas climáticas na zona norte e centro que permitiriam realizar cultivos em diferentes sistemas de produção. Podemos destacar que a Argentina produz farinhas animais e vegetais possibilitando a elaboração de rações a baixos custos.
Em quais regiões?
Dr. Juan: A Argentina possui um clima quente subtropical na região norte com uma rede aquífera muito ampla, compreendida pelos rios Pilcomayo, Paraguai, Uruguai, e Paraná. Nesta região predomina o sistema semi-intesivo e extensivo. Já nos estados do Centro (Buenos Aires, Córdoba e Santa Fé) o cultivo se realiza em estufas no sistema RAS. Todos os cultivos ainda em fase experimental. O Laboratório de Aquicultura da FRMDP (Universidade Tecnológica Nacional) localizado em Médanos, ao sul do estado de Buenos Aires (LS 38º50´37,04´´LW 62º 44’ 21,66´´), utilizando águas termais da Empresa Covitur S.A., obteve um peso médio final de 500 gramas em 120 dias de cultivo em tanques-rede. Esta experiência resultou no registro de cultivo desta espécie na latitude mais austral do mundo.
E as principais limitações?
Dr. Juan: A principal limitante é a legislação atual. Cada estado tem sua regulamentação com relação ao uso de espécies exóticas. Misiones permite seu cultivo em qualquer sistema, já em Corrientes é proibido seu cultivo. Outra limitante é a distância da região nordeste aos grandes mercados nacionais como Buenos Aires, Rosário e Córdoba encarecendo o produto final.
O que você sugere aos agentes de fomento da aquicultura na Argentina?
Dr. Juan: Maiores investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Menor carga tributária para as pequenas empresas e facilidades de financiamento. Campanhas públicas para incentivar a aumento de consumo de pescado, e fundamentalmente, programas nacionais e estaduais que incentivem a prática da aquicultura de forma sustentável.
Concluindo: é certo que o volume de produção de aquicultura na Argentina é irrisório, porém, existe um potencial de crescimento pela existência de excelentes corpos de água, áreas planas e disponibilidade de insumos para a fabricação própria de alimentos balanceados. O Laboratório de Aquicultura (LACUI) é dirigido pelo Dr. Juan C. Mallo com uma equipe de pesquisadores assim como por Técnicos Superiores em Aquicultura e Técnicos Superiores em Pesca: Med. Vet. Julio C. Imeroni, Lic. Maria Prario, Lic. María Marta Persico, Tec. Sup. Aldo Nahuel Zanazzi, Tec. Sup Federico Alcides Cecchi, Tec. Pesq. Arturo Asiain, Tec. Pesq. Paula Wallmann.
Zoólogo, Mestre em Aquicultura pela Universidade Federal de Santa Catarina e Doutor em Genética e Evolução pela Universidade Federal de São Carlos (SP). Pesquisador e Gerente do Setor de Maturação do Laboratório de Camarões Marinhos (UFSC) desde 1990 até o ano 2001. Em 2003 trabalhou no Departamento de Genética da AQUATEC e desde janeiro de 2004 até dezembro de 2006 foi Gerente de Produção e Diretor Técnico do Laboratório Estaleirinho (Balneário Camboriú/SC). Como professor da UNISUL (Universidade do Sul de Santa Catarina), trabalhou em genética de peixes em parceria com a Piscicultura Panamá (Paulo Lopes/SC), entre 2006 e 2009. Atualmente trabalha como professor e pesquisador no curso de Engenharia de Aquicultura de Centro do Estudo do Mar (CEM/UFPR) e coordena o GECEMar (Laboratório de Biologia Molecular e Melhoramento de Organismos Aquáticos) da Instituição.
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