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Gestão de Resíduos
10 de Janeiro de 2022 Ivã Guidini Lopes
COP26 e a gestão de resíduos: vamos fazer parte da mudança?

 

No último mês de novembro aconteceu a Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP26), em Glasgow na Escócia, sob o lema “Unindo o mundo para enfrentar as mudanças climáticas”. Com o objetivo de intensifificar a ação a nível mundial para mitigar a crise climática, este grande evento causou certa agitação pelo mundo afora, trazendo reflexões importantes sobre os impactos que nós seres humanos e nossas ações causam no ambiente. É sobre esse assunto que vamos tratar neste artigo da coluna Gestão de Resíduos. Afinal, os resíduos orgânicos e sua gestão tem tudo a ver com o meio ambiente.

Uma das discussões mais importantes feitas na COP26 estava relacionada ao Acordo de Paris e o objetivo de reduzir emissões de gases de efeito estufa em pelo menos 55% até 2030. Para isso, diversas ações devem ser tomadas a nível global, considerando sempre nossas ações pessoais, mas principalmente as ações em conjunto, organizadas. Sempre podemos estimular as pessoas a separarem e reciclarem seus resíduos, reaproveitarem materiais e evitar o desperdício, além de tomarem outras ações individuais como forma de colaborar com o panorama global dos impactos ambientais. No entanto, as mudanças mais significativas acontecem quando grandes atores, como empresas e setores produtivos como um todo, decidem participar da mudança efetivamente.

Segundo o último relatório da FAO sobre a pesca e aquicultura (acesse o conteúdo clicando neste link), é estimado que 35% do total de pescados produzidos mundialmente são descartados como resíduos, ou seja, mais de 62 milhões de toneladas. Para os leitores que têm acompanhado os últimos artigos desta coluna, já deve ser fácil perceber que isso representa uma grande perda econômica (pelos investimentos feitos) e também ambiental (pela geração de gases de efeito estufa e contaminações), pois grande parte desses resíduos são descartados de forma inadequada no Brasil e no mundo. Portanto, tendo em mente os objetivos estabelecidos na COP26 e a urgente necessidade de fazermos parte da mudança, essa gestão de resíduos pode ser um caminho.

 

 

Independentemente da maneira que você escolher gerir os resíduos gerados em sua produção aquícola, seja pela compostagem, pela produção de silagens, farinhas, pelo tratamento com larvas de insetos, digestão anaeróbia e assim por diante, os impactos causados pelo tratamento sempre serão menores do que o descarte dos resíduos no meio ambiente. Mas o objetivo deste artigo não é propor a gestão de resíduos de forma individual, mas sim em conjunto, para que possamos realmente fazer a diferença.

Assim, deixo aqui um apelo à urgente necessidade de nos organizarmos como setor produtivo em questões-chave para o desenvolvimento mais sustentável da aquicultura brasileira, como a gestão dos resíduos que geramos. Com a mobilização de grandes atores da cadeia produtiva e sua integração com pequenos produtores, universidades, entidades públicas e tomadores de decisão, será possível estimular ações efetivas para a mitigação dos impactos negativos causados pela aquicultura brasileira, alinhando esse setor em crescimento no país com os objetivos das ações globais para o clima, como a COP26. Essas ações trazem força ao nosso setor perante o mercado mundial e estimulam ainda mais a procura por produtos nacionais e nosso desenvolvimento econômico.

 

Faça o download e confira o texto completo com todas as ilustrações. Clique aqui

 

 

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Ivã Guidini Lopes

Ivã Guidini Lopes é biólogo, formado pela UNESP de São José do Rio Preto/SP, realizou mestrado e doutorado em aquicultura pelo Centro de Aquicultura da UNESP, em Jaboticabal/SP. Atua na aquicultura desde 2014, realizando pesquisas científicas e práticas de extensão aquícola na área de gestão e tratamento de resíduos sólidos orgânicos. Possui experiência com métodos de compostagem termofílica e de tratamento de resíduos com larvas de mosca soldado-negro, assim como da aplicação dos produtos gerados nestes processos, visando a promoção da economia circular e o aumento da sustentabilidade do setor produtivo como um todo.

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