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Da água ao prato
01 de Dezembro de 2020 Juliana Antunes Galvão
Pesca ou Aquicultura? Qual a melhor opção de pescado para o consumidor?

A pesca é praticada pelos indígenas no Brasil desde o período pré-colonial, como atividade de subsistência fazendo parte da cultura do povo brasileiro. Além de importante atividade econômica, a pesca provê o sustento de milhões de pessoas, abrigando tradições, conhecimentos e práticas passadas de geração em geração.

A adoção de modelos sustentáveis vem sendo um propósito a se buscar em todos as atividades humanas com vistas à conservação da natureza, bem como quanto a produção de alimentos quer advindo do extrativismo ou de cultivo/confinamento.

Na pesca extrativista há grande preocupação em relação aos estoques pesqueiros, principalmente em relação as espécies-alvo para que estas restabeleçam suas populações, minimizando impactos para o ecossistema onde são capturadas. O compromisso de atingir a sustentabilidade na atividade pesqueira está presente nos principais acordos internacionais ambientais. O fato é que o Brasil não possui um programa nacional de estatística pesqueira oficial desde 2011, portanto, como preservar o que não se conhece? O monitoramento da produção pesqueira, atualmente, é realizado através de iniciativas de instituições de pesquisa com fins científicos, em locais onde existem acordos ou regulamentações, ou como medida de controle do impacto ambiental das atividades de exploração e produção de óleo e gás, sendo este, um condicionante do licenciamento ambiental.

Estimativas apontam que em 2050 a população mundial, chegará a 10 bilhões de pessoas. Publicações recentes em revistas científicas de grande impacto estimam que o mar fornecerá 25% da proteína animal consumida no mundo, sendo a aquicultura a atividade de produção que deverá suprir a demanda quanto a segurança alimentar e dos alimentos, caminhando desta forma lado a lado com a pesca, que sozinha não teria condições de suprir a expectativa demandada. Por meios distintos, Pesca e Aquicultura seguem com o mesmo objetivo: alimentar o mundo provendo pescado de excelente qualidade!

Com certa frequência, notícias equivocadas relacionadas a aquicultura são veiculadas pela mídia. Dentre os temas noticiados, destacam-se o uso de medicamentos, hormônios de crescimento, bem como a poluição ambiental gerada. Na aquicultura o uso de vacinas tem diminuído substancialmente o uso de medicamentos, e o uso destes, quando necessários, devem ser de produtos regulamentados e permitidos pelos órgãos normatizadores, prescritos e administrados por profissional responsável, sendo que por estar em ambiente aquático, estas moléculas utilizadas como medicamentos devem dispersar-se para o meio em poucos dias, a depender da temperatura da água e metabolismo do animal.

 

 

A produtividade aquícola que algumas espécies alcançam hoje em confinamento, são resultados de diversos fatores, entre eles o melhoramento genético, bem como a adoção de dietas de excelente qualidade, formuladas por especialistas em nutrição animal, onde consegue-se excelente desempenho, diminuindo através de tecnologia, a carga poluente ambiental, de forma que o peixe confinado encontra na ração todos os nutrientes que ele teria disponível no ambiente.

Os produtos da pesca por sua vez, também não deixam de ser bombardeados com inúmeras informações, que dependendo de como são veiculadas pela mídia para o público em geral, tem causado muita desinformação e confusão ao consumidor.

Advindo da pesca ou da aquicultura, a qualidade do pescado como alimento, vai refletir a qualidade do ambiente que este se encontra. Sabemos também que o homem e seu chamado “desenvolvimento”, númeras vezes não tem se atentado as questões ambientais bem como suas consequências. Muitas notícias têm atrelado o pescado à contaminação por metais potencialmente tóxicos como mercúrio, gerando grande preocupação ao consumidor em muitas vezes deixa de consumir o produto. Em regiões com descarga de rejeitos industriais, bem como a presença de garimpos, pode ocorrer a contaminação da água com este metal, e como o peixe reflete a qualidade da água, poderemos ter problemas de bioacumulação destes compostos, o mesmo ocorre em regiões com florações de cianobactérias tóxicas, tanto marinhas quanto de água doce. O que deve ficar claro que, a informação quanto a contaminação ambiental de um determinado corpo d ́água bem como do pescado proveniente deste ambiente, diz respeito apenas ao pescado oriundo daquela região, o qual, por segurança, deve ter seu consumo suspenso temporariamente até a resolução do problema. Daí a importância da adoção da rastreabilidade do pescado, da água ao prato. O certificado de origem do produto, bem como dados quanto à qualidade ambiental, são essenciais para a segurança e confiança do consumidor.

O mercado internacional tem pautado suas políticas de suprimento e gestão com base na sustentabilidade, induzindo de maneira gradual os atores das cadeias produtivas a engajarem-se em projetos, programas, protocolos que consigam transmitir ao consumidor final o comprometimento socioambiental e de segurança alimentar daquele produto, origem ou marca, com a adoção de certificações e selos.

Campanhas de consumo responsável de pescado são iniciativas que visam incentivar a comercialização e o consumo de espécies que tenham sua produção e pesca geridas de forma que não degradem o meio ambiente, que tenham qualidade, sejam seguros ao consumo e que gere renda e empregos.

Então, qual a melhor opção de pescado para o consumidor consciente? Produtos à base de pescado provenientes da pesca ou da aquicultura, com qualidade assegurada, advindos de sistemas de produção sustentáveis.

Se a demanda por sustentabilidade e qualidade parte do mercado consumidor, a tendência de sucesso e de alinhamento da produção, processos, normas e atores na cadeia produtiva tende a ser facilitada, absorvendo desta forma mecanismos de certificação, auditoria, validação com aporte e embasamento técnico-científico. Teremos desta forma uma cadeia produtiva robusta, organizada, suprindo as demandas mundiais quanto a esta proteína de excelência!

 

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