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Green Technologies
01 de Dezembro de 2017 Maurício Emerenciano
Bioflocos: todas as espécies são aptas?

Ano após ano depois de diversas visitas, cursos e treinamentos realizados no Brasil e fora dele, cada vez mais venho escutando nas rodas “informais” de conversas sobre o potencial e aplicação do sistema de bioflocos para diferentes espécies de organismos aquáticos. Mas afinal, quais seriam os fatores que devem ser levados em consideração antes de escolher uma espécie? Durante muito tempo, precisamente desde 2011 no meu primeiro curso ministrado sobre BFT realizado no México, sempre indago e questiono os participantes sobre quais seriam os fatores que devem ser levados em consideração antes de escolher uma espécie apta. Muitas vezes nossas “fronteiras” são limitadas às tilápias e aos camarões marinhos Litopenaeus vannamei. Mas em diversas regiões do Brasil e também em outros países, outras espécies desempenham papel fundamental na aquicultura regional e o sistema BFT poderia ser uma alternativa, ao menos em alguma etapa de produção. Neste sentido alguns pontos devem ser atendidos ou levados em consideração, tais como:

• Hábito alimentar filtrador e/ou detritívoro: neste sentido haveria um melhor aproveitamento dos agregados microbianos, com consumo direto dos bioflocos e consequentemente redução na conversão alimentar e economia com rações;
• Aparato morfológico adequado: como rastros branquiais mais desenvolvidos nos peixes e maxilípedes diferenciados nos camarões, onde facilitaria a apreensão das partículas suspensas e/ ou aderidas em algum substrato (biofilme);
• Tolerantes a níveis intermediários dos compostos nitrogenados: visando um melhor enfrentamento dos picos de amônia e nitrito que normalmente ocorrem durante os ciclos produtivos;
• Tolerantes aos sólidos suspensos: presentes nos sistemas e que devem ser monitorados e, se necessário, controlados, visando o bem-estar da espécie e a manutenção da qualidade de água do cultivo;
• Tolerante a altas densidades de estocagem: item importante para uma correta formação dos bioflocos e ajudando a viabilizar o sistema;
• Preferencialmente de ciclo curto de produção: “fugindo” dos riscos inerente de qualquer cultivointensivo;
• Possuir bom valor de mercado: justificando os altos custos de investimento necessários para o sistema.

 

 

Estes são apenas alguns fatores, mas certamente com o avanço da ciência nas Universidades e Centros de pesquisa, somados às experiências da iniciativa privada, vamos ampliar os horizontes do conhecimento e poder aplicar com maior segurança este desafiador sistema (BFT) nas espécies alternativas brasileiras e mundiais. É ver para crer! Nas próximas colunas iremos relatar algumas experiências que deram certo e perspectivas para o futuro do sistema BFT para espécies alternativas!

 

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Maurício Emerenciano

Maurício Emerenciano é graduado em Zootecnia (UEM), mestre em aquicultura (FURG) e doutor em Ciências pela UNAM (México). Em 2014 foi ganhador da Medalha Alfonso Caso (menção honrosa designada às melhores teses e dissertações dos Programas de Pós-Graduação da UNAM/México). Atua na aquicultura desde 2002 e como pesquisador já realizou cooperação científica em diversos centros de pesquisa como Waddell Mariculture Center (EUA), CSIRO (Austrália) e IFREMER (França). Foi consultor científico em aquicultura para o governo do Chile, do México e Polinésia Francesa (Pôle d’Inovación de Tahiti). Membro do Biofloc Technology Steering Committee (AES), voltado a ações científicas e tecnológicas referentes ao sistema BFT. Possui capítulo de livro referência mundial da tecnologia de bioflocos (Biofloc Technology - The practical guide 3rd edition). Já proferiu mais de 20 cursos e diversas palestras sobre tecnologias “mais verdes” de produção para produtores, indústria e academia no México, Brasil, Chile e Colômbia. Atualmente é professor e pesquisador da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), campus Laguna/SC, onde coordena projetos de pesquisa vinculados ao setor público e privado.

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