Acredito que a maioria de vocês, leitores, já devem ter ouvido falar sobre a tecnologia de bioflocos. No Brasil esse tema é recorrente nos fóruns de discussões e também está presente na base educacional de alguns programas de graduação e pós-graduação. Nessa coluna não irei abordar aspectos dessa tecnologia. Para mais informações sobre esse sistema de produção, vejam as edições anteriores da Coluna “Green Technologies” e também no site (cursos e outras seções) da Aquaculture Brasil. Meu intuito é apresentar brevemente o panorama da nutrição em sistemas de bioflocos e como essa linha de pesquisa está crescendo no mundo e sendo liderada pelo Brasil. Para tal, fiz uma busca rápida no site da Web of Science e Scopus colocando as palavras-chave “Nutrition + Biofloc”, resultando em mais de quarenta artigos científicos publicados. Vale ressaltar algumas limitações sobre esse sistema de busca. Como esses sites buscam apenas artigos científicos publicados em revistas indexadas na língua inglesa, uma quantidade considerável de material sobre esse tema não foi considerada, como, por exemplo, monografias, dissertações de mestrado, teses de doutorado e artigos científicos publicados em revistas de idiomas que não sejam em inglês. Outro ponto é que apresentarei apenas os resultados dessa busca específica. Em outras palavras, não usei outros termos e combinações dos mesmos como palavras-chave.
A figura 1 apresenta o número de publicações nesse tema por ano. Interessante notar que o número de publicações aumenta ano a ano e em 2019 já foram publicados 10 artigos, sendo que ainda estamos no mês de julho. A tendência é que esse número aumente a cada ano!
Os principais países atuando nessa linha de pesquisa estão apresentados na figura 2, onde o Brasil aparece em primeiro lugar, seguido dos Estados Unidos e depois, empatados, China e México. Em termos das espécies pesquisadas, o camarão lidera com 73% dos artigos publicados (principalmente o camarão branco do Pacífico, o Rosa e o de água doce), seguido por peixes com 24% (tilápia, carpa e espécies nativas) e os 3% restantes consistem no pepino do mar. Por fim, os tópicos mais abordados na área de Nutrição em Bioflocos possuem certa semelhança com os da nutrição tradicional como: substituição da farinha e óleo de peixe, ingredientes complementares, entre outros (Tabela 1). Porém, outros tópicos são mais específicos como, por exemplo, a contribuição nutricional e a manipulação do biofloco.
Antes de finalizar essa coluna gostaria de parabenizar os centros de pesquisa e universidades brasileiras pelo excelente trabalho nessa linha de pesquisa e por mostrar mais uma vez ao mundo o valor e a qualidade das pesquisas feitas no Brasil. Espero que vocês tenham aproveitado essa coluna e em futuras edições abordarei temas mais específicos dentro dessa área.
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Artur N. Rombenso é oceanólogo Brasileiro de 28 anos e doutor em Nutrição aquícola pela Southern Illinois University Carbondale – EUA. Atualmente é professor/pesquisador no Instituto de Oceanografia na Universidade Autônoma de Baja California – México. Nos últimos 5 anos o Artur vem trabalhando com nutrição de peixes com ênfase em fontes alternativas de lipídeos e requerimentos de ácidos graxos. Possui vários trabalhos publicados em revistas científicas e técnicas, nacionais e internacionais, e ganhou 5 prêmios de melhor trabalho científico durante seu doutorado. Possui também grande experiência internacional participando e colaborando em projetos de pesquisa e extensão em mais de 7 países. Além do lado acadêmico, Artur auxilia na coordenação de pesquisa, extensão e produção de uma maricultura em Angra dos Reis – RJ. As principais linhas interesse se extendem desde nutrição (organismos aquáticos e humanos) à aquacultura, maricultura, lipídeos, ácidos graxos, e qualidade nutricional de frutos do mar.
E-mail: arturnr@yahoo.com.br
Skype: artur.nishioka
CV: Research Gates
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