Um pouco da história e uma breve reflexão sobre o uso dos substratos verticais em sistemas intensivos é o tema da coluna Green Technologies desta edição. Afinal, quando o assunto é substratos, ainda pairam dúvidas sobre essa ferramenta. Em termos históricos países como Índia, China, Bangladesh, entre outros, há centenas de anos já utilizam essa prática no cultivo extensivo de peixes e crustáceos, utilizando materiais simples como o bambu. Na América Latina esse método foi popular nos anos 90 e início dos anos 2000, principalmente se tratando de cultivo de camarões marinhos. Nesta época diversos materiais foram utilizados desde malhas especializadas (famosos AquaMats®), telas tipo mosquiteiro, sacos de ráfia e bambus. Nos sistemas de bioflocos, os primeiros trabalhos foram realizados no início dos anos 2000 nos EUA e Austrália utilizando os AquaMats. No Brasil, o uso se popularizou principalmente para berçários intensivos, no entanto, utilizando geotêxtis da construção civil (famoso Bidim® e similares). Mas quais são as principais vantagens e desvantagens dos substratos verticais? A Tabela 1 sumariza para nós.
Recentemente pesquisadores da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)* publicaram um artigo na revista Aquaculture International sobre a utilização dos substratos verticais e o desempenho de camarões Litopenaeus vannamei ao utilizar rações contendo 30 ou 35% de proteína bruta. Os resultados demonstraram a possibilidade de reduzir os níveis proteicos das rações utilizando os substratos, sem afetar o crescimento e a sobrevivência dos crustáceos e ainda diminuir a conversão alimentar. Segundo os autores, isso representou uma redução nos custos com rações na ordem de 15%.
Mas qual é a situação atual quanto ao uso dos substratos? Infelizmente poucas fazendas aplicam esse conceito, seja pelas desvantagens citadas na Tabela 1 ou por mero desconhecimento. Desde os anos 2000, a ciência já vem demonstrando os benefícios no uso dos substratos para diversas espécies. Fica a dica! Até a próxima.
O artigo completo citado acima está disponível aqui.
Maurício Emerenciano é graduado em Zootecnia (UEM), mestre em aquicultura (FURG) e doutor em Ciências pela UNAM (México). Em 2014 foi ganhador da Medalha Alfonso Caso (menção honrosa designada às melhores teses e dissertações dos Programas de Pós-Graduação da UNAM/México). Atua na aquicultura desde 2002 e como pesquisador já realizou cooperação científica em diversos centros de pesquisa como Waddell Mariculture Center (EUA), CSIRO (Austrália) e IFREMER (França). Foi consultor científico em aquicultura para o governo do Chile, do México e Polinésia Francesa (Pôle d’Inovación de Tahiti). Membro do Biofloc Technology Steering Committee (AES), voltado a ações científicas e tecnológicas referentes ao sistema BFT. Possui capítulo de livro referência mundial da tecnologia de bioflocos (Biofloc Technology - The practical guide 3rd edition). Já proferiu mais de 20 cursos e diversas palestras sobre tecnologias “mais verdes” de produção para produtores, indústria e academia no México, Brasil, Chile e Colômbia. Atualmente é professor e pesquisador da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), campus Laguna/SC, onde coordena projetos de pesquisa vinculados ao setor público e privado.
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