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Atualidades da Carcinicultura
30 de Janeiro de 2020 Diego Maia Rocha
Tendências, desafios e perspectivas da carcinicultura brasileira

Breve mensagem:

Aos leitores da Aquaculture Brasil me apresento como um biólogo apaixonado pela carcinicultura, e que desde muito novo, teve a oportunidade de acompanhar as transformações da indústria, e que indústria essa que temos! De histórias tão fantásticas e enriquecedoras, de produtores guerreiros, pessoas envolvidas e resilientes, que se transformam em heróis frente aos desafios e nos inspiram para acreditar em um futuro melhor, fazendo de fato aquilo que gostamos. Minha proposta enquanto colunista, será sempre a de atualizar e sinalizar o leitor, sobre as novidades, acontecimentos e “cases” que permeiam essa atividade, tentando transmitir com informações que possam contribuir em cada edição.

 

 

Tendências, desafios e perspectivas da carcinicultura brasileira

Nos últimos anos a carcinicultura brasileira vem se desenvolvendo em diferentes frentes que passam pelos tipos de sistemas (extensivo, semi-intensivo e intensivo), na origem de água (oligohalinas, de rio, de poços, águas modificadas artificialmente) e até na disseminação em novas e mais diversas regiões do país. Tem sido um período, sobretudo, de muitos aprendizados para indústria, que busca com suas antigas e novas experiências encontrar o prumo para sua sustentabilidade.

Duas situações importantes, merecem hoje maior atenção! O aumento do número de micro e pequenos produtores e, em paralelo, as ampliações dos grandes produtores, que embora correspondam a apenas 5%, contribuem com 40-50% da produção nacional. Essas duas movimentações, de uma maneira geral, têm trazido para o mercado uma dinâmica diferente, a começar pela perspectiva do fornecedor de insumos, que precisa se alinhar a essa realidade de extremos, em um mercado mais competitivo. Muda também a dinâmica na própria forma de comercialização do camarão produzido, envolvendo: formas de apresentação e fidelização dos produtos.

Diante desse cenário, e fazendo uma breve análise de como a carcinicultura tem se comportado em 2019, poderíamos antever flores ao analisar os dados publicados pelo boletim do Sindirações, em julho passado, onde se demonstra que o consumo de ração para camarão aumentou 10% em relação ao primeiro trimestre do ano passado, sinalizando para o aumento de produção desse ano. Entretanto, também antevemos alguns espinhos durante essa caminhada, e o que espera-se é que entre desafios e perspectivas, possa prevalecer o desenvolvimento da atividade.

Algumas saídas podem ser apontadas como tendências para o aumento da produção, porém todas convergem para a mesma direção: baixar custo de produção, reduzir riscos e ser mais competitivo mercadologicamente. Entre as principais tendências de produção, podemos destacar:

  • Os sistemas extensivos, onde o investimento financeiro envolvido tanto no processo de construção como de produção é menor, com isso o foco passa a ser aumentar a área de produção para diluir custos, porém há neste modelo de negócio uma irregularidade no processo produtivo durante as estações do ano. Essa tem sido uma característica de aumento de área praticado principalmente pelos grandes produtores.
  • Sistemas semi-intensivos, esse sistema por sua vez, se caracteriza como o mais tradicional, sendo um modelo intermediário de custos e densidades, atualmente é uma opção para áreas sem a presença do vírus da mancha branca.
  • Os sistemas intensivos com cobertura plástica, onde se tem um aporte financeiro alto no processo de construção e produção, com isso o foco está no aumento da produtividade para diluir os altos custos envolvidos no processo construtivo e operacional. Nessa configuração, se observa que a modalidade de micro, pequenos e médios produtores aumentaram sua produção sobre a forma de sistema intensivo.

As enfermidades mudam a forma de produzir da carcinicultura, pois trazem o lado doloroso da moeda, isso é o que aconteceu em outros países e não poderia ser diferente para o Brasil que ainda sofre em busca de alternativas para alcançar uma sustentabilidade na produção.

Algumas mudanças que antes das doenças não tinham um impacto tão avassalador, passam a ser decisivas, como é o caso das mudanças climáticas, variações de parâmetros, alterações de manejos e atraso de despescas. Para todas as alternativas existem intensidades de desafios diferentes, porém para todos os exemplos, quando falamos em enfermidades, há alguns fatores que tornaram-se mais impactantes do que antes para o sucesso:

  • A qualidade de água, que ao longo do ano pode sofrer com interferências das chuvas, afetando desde composição iônica até as temperaturas dependendo da região. Não bastando, algumas vezes por se tratar de um sistema intensivo, apenas a cloração como total resolução.
  • Mão de obra qualificada com experiência, o conhecimento técnico, a tomada de decisão no dia a dia, a análise de desempenho, e sobretudo, a disponibilidade no mercado de um profissional capacitado para um gerenciamento de fazenda para uma estabilidade de produção começa a ser um tema de fundamental importância para a superação desses desafios.

A não ser pelo aparecimento de uma nova doença ou pelo impacto que as importações de camarão podem trazer para indústria (de Abril a Julho de 2019, o Brasil importou mais de 79 toneladas de camarão), seja do ponto de visto sanitário ou do ponto de vista mercadológico, o lúcido sentimento é de que a retomada do crescimento da produção de camarão cultivado do Brasil é um caminho sem volta, sendo uma questão de tempo para que sejam ultrapassadas as 90.190 toneladas de 2003, tendo em vista os vários investimentos que estão sendo feitos na indústria nesse momento. Ficamos como sempre, na torcida para esse momento.

 

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