A carcinicultura, muitas vezes chamada de elitista, é a estrela desta edição. Uma atividade que veio para transformar a realidade de centenas de pessoas no sertão alagoano. Numa região onde a água de superfície apresenta níveis de sal que a deixava imprópria até para o consumo humano, a sociedade se reinventa e encontra um caminho interessante para diversas famílias de produtores rurais.
Graças a uma parceria muito interessante entre o produtor rural, técnicos do setor privado e compradores interessados em um produto de qualidade, nasceu a produção de camarões, Litopenaeus vannamei, em plena aridez do estado de Alagoas.
Os produtores rurais ávidos a desenvolver uma atividade que fosse viável para aquelas condições tão extremas em que vivem, acreditaram no projeto e cuidaram do mesmo como se deve ser. Em pequenas propriedades adaptaram seus viveiros a uma realidade de pouca água e com a recirculação da mesma, deram condições adequadas à produção de camarões marinhos. Hoje, com muita dedicação, envolvem toda a comunidade para atingir índices zootécnicos que até os maiores especialistas no setor podem duvidar. O município de Coité do Noia, situado a pouco mais de 100 km da capital Maceió, registra despescas atrás de despescas em viveiros escavados, produzindo ao redor de 5 kg/m3/ano.
Por sua vez, um grupo de técnicos ousados e cheios de vontade, capitaneados pelos engenheiros de pesca Iury Melo e Lucas Claudino, são os responsáveis pelos excelentes números atingidos naquela região. O modelo de parceria que remunera os técnicos no sucesso da atividade veio para ficar e tem dado muito certo até o momento.
Já os compradores de camarão, habituados às dificuldades de montar suas cargas em outras regiões do país, encontraram aqui uma situação extremamente favorável, garantindo um camarão de extrema qualidade, com cargas organizadas e padrões de acordo com as expectativas do mercado em que trabalham, no centro-sul do Brasil.
Juntando as três bases do tripé mencionado, não podemos deixar de usar o exemplo para mostrar a viabilidade nas três esferas: econômica, pois hoje trouxe renda a uma região que anteriormente tinha dificuldades; social, pois hoje as famílias envolvidas com o processo estão todas nas margens do viveiro e criando alternativas para todos; e ambiental, pois o modelo trouxe uso a um recurso hídrico que tinha problemas de salinidade e escassez.
Por fim, só tenho que parabenizar a todos os envolvidos com um processo tão saudável. Garanto a você, amigo leitor, que nestes 20 anos de aquicultura brasileira, Coité do Noia entrou para minha história como uma das experiências mais interessantes que já vivi.
– Zootecnista
– Pós-graduado em Gestão Agro-industrial pela UFLA.
– Mestre em Aquicultura pelo Caunesp.
– Sócio fundador da Escama Forte.
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