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Tecnologia do Pescado
01 de Julho de 2017 Alex Augusto Gonçalves
Inovações tecnológicas – pode um robô processar caranguejos?

A capacidade tecnológica é a capacidade de absorção, domínio, adaptação, melhoramento de uma tecnologia ou de inovação por parte de uma organização. A partir do conhecimento do ambiente tecnológico (principais características da indústria) e da capacidade tecnológica (conhecimentos e habilidades), a empresa pode preparar-se para um tipo de estratégia tecnológica, ou seja, o enfoque que a empresa adota para o desenvolvimento e uso da tecnologia, constituindo um ingrediente essencial de sua estratégia competitiva.

Nesse sentido, muitas indústrias estão se adaptando e seguindo esse caminho, principalmente na adoção de inovações em suas plantas de processamento, como é o caso de alguns centros de pesquisas e indústrias canadenses que processam caranguejo.

A extração de carne do caranguejo era feita manualmente nas plantas processadoras de Newfoundland and Labrador (Canadá), mas o trabalho tornou-se muito caro, resultando na exportação do caranguejo inteiro para ser processado em outros países, onde a mão de obra é consideravelmente mais barata. Trazer essa etapa de volta às plantas processadoras canadenses permitiria aos operadores ganhar maior remuneração e agregar valor ao caranguejo.

Após 7 anos do conceito inicial, um novo processador está pronto para sanar a demanda de Newfoundland and Labrador, de acordo com seus criadores, do Canadian Centre for Fisheries Innovation – Fisheries and Marine Institute of Memorial University of Newfoundland (Canadá). Segundo o Dr. Bob Verge, esse equipamento de processamento robótico do caranguejo poderá ter implicações significativas para as indústrias em Newfoundland and Labrador, uma vez que este robô pode processar um caranguejo em segundos. Com apenas um toque sobre uma tela digital, corpos de caranguejo são transportados ao longo de uma esteira até um o local onde braços robóticos começam a cortar e dividir o caranguejo da forma desejada. Além disso, espera-se que o novo equipamento também resolva um problema socioeconômico, uma vez que a população da Newfoundland and Labrador está envelhecendo e diminuindo.

Durante o desenvolvimento do protótipo do equipamento, foi observada a necessidade de transferir a prática manual de processamento para os braços robóticos. Muitos componentes tiveram de ser adaptados e então a resolução de todos os problemas, desde a vibração indesejada para os controles digitais até o produto desejado. Suas funções são simples: cortar o caranguejo ao meio, ou retirar suas pernas – mas seu impacto pode ser enorme.

Por final, respondendo à pergunta inicial “PODE UM ROBÔ PROCESSAR CARANGUEJOS?” A resposta é SIM. Percebe-se claramente que a iniciativa privada associada à iniciativa institucional de uma universidade de excelência (Canadian Centre for Fisheries Innovation – Fisheries and Marine Institute of Memorial University of Newfoundland (Canadá) e o conhecimento do ambiente tecnológico (principais características da indústria) e da capacidade tecnológica (conhecimentos e habilidades), qualquer empresa pode preparar-se e implementar inovações tecnológicas e emergentes.

 

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Capa do colunista Alex Augusto Gonçalves
Alex Augusto Gonçalves

Oceanógrafo (FURG – 1993), Mestre em Engenharia de Alimentos (FURG – 1998), Doutor em Engenharia de Produção (UFRGS – 2005) e Pós-doutor em Engenharia (Dalhousie University, Halifax, Canada – 2008). Foi professor do curso de Engenharia de Alimentos (ICTA/UFRGS e UNISINOS), coordenador adjunto do Curso Superior em Gastronomia (UNISINOS). Foi professor e pesquisador no Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal, da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGNUT/UFRN) e do Programa de Pós-Graduação em Biodiversidade e Ecologia Marinha e Costeira (PPG-BEMC/UNIFESP). Hoje é Professor Associado IV de Tecnologia do Pescado no curso de Engenharia de Pesca, Chefe do Laboratório de Tecnologia e Controle de Qualidade do Pescado (LAPESC/CCA/DCA/UFERSA), cedido ao Ministério da Agricultura e Pecuária (desde 2019). Foi Coordenador-Geral da Pesca Continental (SAP/MAPA), Coordenador-Geral de Monitoramento da Pesca e Aquicultura (SAP/MAPA), Diretor Departamento de Pesca (SAP/MAPA), Gerente de projetos do Escritório de Gestão de Projetos (SAP/MAPA), Assessor Técnico Especializado do Departamento de Produção Sustentável e Irrigação (DEPROS/SDI/MAPA), Chefe do Serviço de Transparência e Fomento (DEPROS/SDI/MAPA), e atualmente Chefe de Ouvidoria e Transparência (Ouvidoria/MAPA). Consultor Ad hoc de revistas nacionais e internacionais, revisor Ad hoc de Projetos de Pesquisa e Extensão, e consultor internacional da FAO/ONU. Bolsista Produtividade em Pesquisa (PQ) CNPq – nível 2 (2017-2019). Editor Associado – Brazilian Journal of Food Technology. Editor do Livro “Tecnologia do Pescado: ciência, tecnologia, inovação e legislação” premiado em 2º Lugar na Categoria “Tecnologia e Informática”, no 54º Prêmio Jabuti 2012.

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