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27 de Julho de 2020 Aquaculture Brasil
Começa a inovação no projeto AquaVitae com o lançamento dos primeiros protótipos de aquicultura envolvendo cooperação entre países do Atlântico

Mais de 100 novos protótipos para cadeias de valor da aquicultura foram apresentados em uma recente reunião anual do projeto, realizada no final de abril, quando pesquisadores e produtores do setor aquícola ao redor do Atlântico se reuniram online para compartilhar os resultados do primeiro ano do projeto AquaVitae. Os protótipos são os primeiros resultados da colaboração entre empresas e pesquisadores do setor aquícola no projeto AquaVitae, com financiamento de € 8 milhões de Euros pela União Europeia.

AquaVitae é um projeto Horizon 2020 que desenvolve soluções sustentáveis para aquicultura em países banhados pelo oceano Atlântico.

Pesquisadores participantes do projeto estão desenvolvendo novas soluções na produção de espécies de baixo nível trófico, incluindo macroalgas, moluscos, equinodermos, camarões e peixes. Os protótipos incluem desde novos métodos de produção de algas a novas combinações de Aquicultura Multitrófica Integrada (AMTI). Além disso, também inclui avprodução de espécies de nível trófico elevado, como peixes de água doce (tambaqui e pirarucu) e marinhos (linguado).

Essas soluções serão melhor desenvolvidas ao longo do projeto, mas esse é um ponto de partida excelente,” diz Philip James, coordenador do projeto e cientista sênior no centro de pesquisa norueguês Norwegian Institute of Food, Fisheries and Aquaculture Research (Nofima).

 

Inovação na aquicultura

A missão do projeto AquaVitae é introduzir novas espécies, além de novos produtos e processos nas cadeias de valor da aquicultura marinha e de água doce nos países banhados pelo oceano Atlântico.

São 35 parceiros da indústria e da pesquisa de 15 diferentes países espalhados por 4 continentes, que fazem parte do projeto. Além de países europeus, protótipos para a indústria estão sendo desenvolvidos em outros países, como Brasil e África do Sul.

Ao longo dos próximos 24 meses, os protótipos serão avaliados quanto a sua capacidade de satisfazer as necessidades, demandas e segurança dos consumidores, além de critérios como sustentabilidade ambiental e viabilidade econômica,” diz Philip James, coordenador geral do projeto.

Ele acredita que este processo ajudará a garantir a viabilidade e sucesso de novas espécies, processos e produtos que constituirão os resultados do projeto.

 

Uma conferência virtual ao redor do Atlântico

A reunião anual iria ocorrer originalmente em Florianópolis, Brasil. Contudo, devido à pandemia do Covid-19, os 80 participantes tiveram que se reunir virtualmente.

A conferência durou 3 dias e incluiu um workshop com stakeholders brasileiros, cujo objetivo era apoiar um aumento nas colaborações de pesquisa entre Europa e Brasil.

Tivemos uma excelente discussão e destacamos tópicos importantes para serem tomados como base para desenvolver relações mais próximas entre as indústrias aquícolas do Brasil e da Europa” disse Eric Routledge, Chefe de Pesquisa na Embrapa Pesca e Aquicultura.

Os participantes foram a Associação Brasileira de Piscicultura (PeixeBR), a Associação Brasileira de Criadores de Camarão (ABCC), a Secretaria de Aquicultura e Pesca do Ministério da Agricultura (SAP/MAPA), o Ministério de Ciência, Tecnologia, Inovaçõese Comunicações (MCTIC), a Comissão Nacional de Agricultura (CNA), a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) a Associação Brasileira de Aquicultura e Biologia Aquática (Aquabio), que representou os pesquisadores em aquicultura do Brasil, representante das empresas produtoras de rações e vários produtores aquícolas.

Pela Europa, participaram tomadores de decisão, membros da DG Research and Innovation, European Aquaculture Technology and Innovation Platform (EATiP), Innovation Norway e dos projetos AANChOR, BlueEco Net; que apresentaram como diferentes soluções para apoiar a colaboração entre a comunidade científica e o setor produtivo vem sendo desenvolvidas na Europa. A reunião também contou com representantes do setor aquícola da África do Sul.

 

 

Cooperação brasileira e estudos de caso

O AquaVitae possui vários estudos de caso conduzidos no Brasil, incluindo AMTI em sistemas de viveiros e de bioflocos, espécies de peixes de água doce (pirarucu e tambaqui) e marinhas (linguado). Além disso, outros estudos de caso utilizando ostras, rações e algas também têm parte de suas etapas realizadas no Brasil. A colaboração é apoiada pelos centros de pesquisa brasileiros, universidades e empresas participantes do consórcio AquaVitae listados a seguir:

Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP) e a empresa de aquicultura orgânica Primar Aquacultura Ltda.

 

“O AquaVitae possui vários estudos de caso conduzidos no Brasil, incluindo AMTI em sistemas de viveiros e de bioflocos, espécies de peixes de água doce e marinhas.”

 

A EMBRAPA participa do projeto AquaVitae com quatro centros de pesquisa: Pesca e Aquicultura (Palmas-TO), Tabuleros Costeiros (Aracajú-SE), Meio Norte (Teresina-PI) e Amazônia Ocidental (Manaus-AM). Nesse projeto, atua em pesquisas com duas espécies de peixes de água doce (tambaqui e pirarucu), ostras e cultivo multitrófico integrado, além de temas transversais como: política e governança, economia e marketing, sensores e gestão de dados.

A Universidade Federal do Rio Grande (FURG), através do seu Núcleo de Aquicultura e Biotecnologia Marinha do Instituto de Oceanografia, está participando do projeto AquaVitae em quatro frentes de pesquisa: 1) Estudo de Bioflocos (Biofloc Technology – BFT) em sistemas intensivos de produção do camarão-branco Litopenaeus vannamei; 2) Pesquisa de Aquicultura Multitrófica Integrada envolvendo o camarão L. vannamei e a tainha (Mugil sp.) em sistemas BFT; 3) Desenvolvimento de modelo de aquicultura orgânica integrada com camarões, macroalgas e ostras nativas (em parceria com a UNESP e Primar Aquacultura) e 4) Estudo do peixe marinho Paralicthys orbignyanus (Linguado) em sistemas de aquicultura de circulação fechada. Todos os trabalhos de pesquisa contam com a participação de docentes e professores do Programa de Pós-Graduação em Aquicultura da FURG.

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) atua em 3 frentes dentro do projeto: 1) Cultivo integrado de camarões e macroalgas (Ulva sp.) em sistema de bioflocos, 2) em um pacote tecnológico para reprodução e cultivo de espécies do gênero Ulva nativas do Brasil e 3) no desenvolvimento de rações com ingredientes de baixo nível trófico para aquicultura, avaliando a substituição de óleo de peixe na dieta de camarões por uma farinha de microalga. Estão sendo avaliadas duas microalgas Aurantiochytrium (rica em DHA) e Nannochloropsis (rica em EPA) como substituto ao óleo de peixe.

A Universidade Estadual Paulista (Unesp) está atuando basicamente em três tópicos principais: 1) Desenvolvimento de um modelo de cultivo integrado orgânico envolvendo algas, camarões marinhos e ostras para aumentar a eficiência, produtividade e lucratividade da maricultura no Brasil. 2) Desenvolvimento de tecnologia de produção de pirarucu e tambaqui, 3) Desenvolvimento de metodologia para avaliação da sustentabilidade e serviços ambientais da aquicultura no âmbito dos países banhados pelo Oceano Atlântico.

 

FACT BOX: O projeto AquaVitae

• AquaVitae é um projeto de pesquisa e inovação financiado pelo programa da União Europeia (UE) Horizon 2020.

• O objetivo do projeto é introduzir novas espécies, além de novos processos e produtos nas cadeias de valor da aquicultura ao redor do Atlântico.

• As cadeias de valor estudadas incluem macroalgas, Aquicultura Multitrófica Integrada (AMTI), equinodermos (ex. pepino-do-mar), moluscos e peixes. AMTI é um sistema de produção no qual espécies de diferentes níveis tróficos são cultivadas utilizando os resíduos de uma espécie como fonte de nutrientes para outras espécies.

• O projeto inclui 13 estudos de caso que visam soluções para diferentes espécies, processos e problemas transversais.

• AquaVitae apoia a implementação do Acordo de Belém (Belém Statment) para permitir colaborações internacionais em pesquisa ao redor do oceano Atlântico. Este é um acordo trilateral entre a UE, o Brasil e a África do Sul.

 

Consórcio do Projeto AquaVitae:

1. Nofima (Norway)

2. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuaria- Embrapa (Brazil)

3. Universidade Federal do Rio Grande- FURG (Brazil)

4. Universidade Federal de Santa Catarina (Brazil)

5. Universidade Estadual Paulista Julio de Mesquita Filho (Brazil)

6. Danmarsk Tekniske Universitet (Denmark)

7. Sjókovin (Faroe Islands)

8. SPF Ocean Rainforest (Faroe Islands)

9. PF Fiskaaling (Faroe Islands)

10. Alfred- Wegener-Institut Helmholtz-Zentrum fur Polar-Und Meeresforschung (Germany)

11. Verein Zur Forderung des Technologietrasfers an der Hochschule Bremerhaven EV (Germany)

12. Matis OHF (Iceland)

13. Galway-Mayo Institute of Technology (GMIT)

14. University of Namibia (Namibia)

15. Miljostiftelsen Bellona (Norway)

16. Norut Northern Research Institute AS (Norway)

17. Universitet I Tromsoe – Norges Arktiske Universitet (Norway)

18. Universidade do Porto – CIIMAR (Portugal)

19. Centro de Ciencias do Mar do Algarve (Portugal)

20. Rhodes University (South Africa)

21. Stellenbosch University (South Africa)

22. Biolan Microbiosensores SL (Spain)

23. Centro Tecnológico del Mar – Fundación CETMAR (Spain)

24. Agencia Estatal Consejo Superior de Investigaciones Científicas – CSIC (Spain)

25. Universidad de Las Palmas de Gran Canaria (Spain)

26. IVL Svenska Miljoeinstitutet AB (Sweden)

27. The Scottish Association for Marine Science LBG (United Kingdom)

28. University of New England (United States)

29. Primar Aquacultura Ltda (Brazil)

30. Scea France Haliotis (France)

31. Cartron Point Shellfish LTD (Ireland)

32. Algaplus Produçãp e Comercialização de Algas e Seus Derivados LDA (Portugal)

33. Marifeed PTY LTD (South Africa)

34. Wild Coast Abalone (South Africa)

35. Bohus Havsbruk AB (Sweden)

 

Contatos:

Eric A.B. Routledge
eric.routledge@embrapa.br
Embrapa

Patricia Moraes Valenti
moraesvalenti@gmail.com
UNESP

Luis André Sampaio
sampaio@mikrus.com.br
FURG

Felipe do Nascimento Vieira
felipe.vieira@ufsc.br
UFSC

Marcia Kafensztok
primarorganica@gmail.com
PRIMAR Aquacultura

 

Site do projeto: https://aquavitaeproject.eu/

Vídeo explicativo sobre o projeto AquaVitae: Clique aqui

 

Faça o download e confira o texto completo com todas as ilustrações. Clique aqui

 

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