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01 de Agosto de 2016 Aquaculture Brasil
Monogenea – Parasitos versáteis e problemáticos

Vermes monogenéticos estão entre as parasitoses mais comuns que acometem os peixes em criação e de vida livre, de água doce e salgada. Este grupo de parasito é bastante diversificado e durante sua evolução desenvolveram diferentes estratégias de fixação sobre seus hospedeiros, bem como diferentes estratégias reprodutivas. Essas características os tornaram parasitos de importância para a aquicultura, sendo responsáveis por causarem surtos de mortalidade especialmente em peixes jovens. Muitas vezes, altas infestações em peixes em fase de crescimento podem causar o comprometimento das condições de saúde desses animais, com reflexo negativo sobre o desempenho zootécnico. Neste artigo abordaremos a Monogeníase, os principais agentes causadores da doença, sua relação com o hospedeiro, ambiente, as estratégias para prevenção e tratamento que podem ser utilizadas.

 

Etiologia

Monogeníase é uma doença parasitária causada por vermes achatados pertencentes ao Filo dos Platelmintos e Classe Monogenea, também denominada Classe Monogenoidea. Reúne milhares de espécies parasitos de peixes, sendo microscópicos em peixes de água doce e ocasionalmente macroscópicos em peixes marinhos. Em peixes de criação, são responsáveis por atacar a pele, nadadeiras e brânquias, sendo poucas espécies endoparasitas.

 

Biologia do parasito

Os aspectos biológicos de cada espécie de Monogenea apresentam variações. De forma geral, atuam como ectoparasitos, onde os dactilogirídeos são parasitos que apresentam preferência por sítios branquiais para sua fixação, enquanto os girodactilídeos são mais comuns em pele e nadadeiras. No entanto, infestação concomitante pelo mesmo grupo em todos estes sítios pode ser detectada com frequência.

Os dactilogirídeos são vermes ovíparos hermafroditas, que apresentam um complexo conjunto de ganchos e barras em sua extremidade utilizados para fixação sobre o hospedeiro. Por outro lado, os girodactilídeos são em sua maioria vivíparos hermafroditas, que possuem estruturas especializadas para fixação compostas por ganchos, âncoras e barras (Figura 1).

 

Patogenia

A ação patogênica destes vermes está relacionada principalmente à forma de fixação sobre os órgãos dos seus hospedeiros, geralmente realizada por meio de ganchos, âncoras, barras ou ventosas. Dessa forma, podem ocasionar lesões dilacerantes nos órgãos de fixação, com indução de processo inflamatório, proliferação epitelial e até mesmo necrose tecidual. Na figura 2 pode ser observado a presença de um Dactylogyridae fixado na brânquia de tilápia, associado com respostas proliferativas, edema e dilaceração do epitélio de fixação.

 

Diagnóstico

Para realizar o diagnóstico desta parasitose, basta realizar análises microscópicas do raspado de pele, brânquias (Figura 3) e nadadeiras.

Somente para algumas espécies de peixes marinhos é possível realizar o diagnóstico sem o uso de microscópio ou lupa, devido ao maior tamanho destes vermes.

Outra ferramenta de diagnóstico corriqueiramente utilizada são análises histopatológicas, as quais permitem a detecção do parasito em secções de órgãos infestados.

 

Estratégias de controle e prevenção

Entre as estratégias para realizar o controle e prevenção dos monogenéticos, o piscicultor deve estar atento a requisitos fundamentais, tais como:

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Para realizar o tratamento de monogeníase, deve-se levar em conta uma série de fatores que, direta ou indiretamente, podem comprometer a eficácia do produto, seja ele natural ou sintético. Entre as características do produto terapêutico a ser utilizado, listamos as seguintes: não causar dano ao tecido do animal tratado; degradação rápida no ambiente; não deixar resíduos na água, no substrato ou no tecido do animal tratado; não influenciar a qualidade da água; não oferecer perigo a humanos e animais; custo acessível e fácil aplicação.

Atualmente dispomos de um único antiparasitário com registro de uso para Aquicultura no Brasil, sendo o Masoten® (Bayer), o qual possui especificações de bula para uma espécie de peixe nativa, o pacu (Piaractus mesopotamicus) e a exótica tilápia (Oreochromis niloticus). Além deste produto, a campo são utilizados outros produtos conforme a ocasião, especialmente os desinfectantes, tais como formaldeído, permanganato de potássio e cloramina-T. Contudo, para o uso de desinfectantes é necessário manter os animais em ambientes controlados, tais como vini-tanques, tanques de concreto de pequeno volume ou tanques de fibra de vidro, isentos de matéria orgânica em suspensão, pois podem ser facilmente inativados.

Além destes produtos, o uso de sal comum (cloreto de sódio, NaCl) é um produto bastante útil na terapia de suporte em animais submetidos aos tratamentos. Contudo, deve-se ressaltar que o cloreto de sódio apenas interfere na regulação osmótica do parasito e do peixe, atuando somente como prevenção e não como tratamento, pois não inativa o parasito, apenas o desidrata temporariamente conforme a dose utilizada. Já os desinfectantes ou organofosforados, destroem a superfície epitelial do verme, ou causam sua paralização, respectivamente, levando-o à morte.

 

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