A medida em que a piscicultura vem se desenvolvendo, os processos produtivos passam a ser cada vez mais otimizados. Atualmente é cada vez mais comum, principalmente próximos aos polos produtivos, o surgimento de empresas especializadas no fornecimento de um produto ou serviço que faça parte da produção de pescado. Exemplo disso está na terceirização de serviços como o de vacinação, transporte de peixes vivos e produtores de juvenis.
Os produtores de juvenis adquirem alevinos de 1-3 g e se focam na realização de berçário, fornecendo juvenis com um peso próximo de 30g, muitas vezes já vacinados, para quem fará a engorda.
Essa etapa, era originalmente responsabilidade do produtor de alevino ou da fazenda de engorda. Realizar a fase de berçário de forma isolada é bastante vantajoso do ponto de vista da biossegurança, pois elimina o contato direto entre o centro de reprodução e larvicultura (que também poderá a ser isolado em um futuro próximo, alerta de spoiler) com o de engorda, com isso, o risco de transmissão de patógenos é reduzido.
As estruturas de berçários possuem como característica a produção de um grande número de animais, a capacidade de utilizar tanques pequenos, uma biomassa total relativamente baixa e ciclos que duram de 40 a 60 dias, dependendo do manejo e tamanho de venda. E onde entra o RAS nessa história? Todas essas características, aliada com a necessidade de fornecer animais animais livres de patógenos / vacinados ajudam a viabilizar a utilização de sistemas de recirculação de água na produção de juvenis.
Uma das principais vantagens na utilização de RAS na produção de juvenis está na capacidade conseguir um controle térmico adequado e na manutenção de altos níveis de biossegurança com a aplicação de métodos de desinfecção (como o ultravioleta e o ozônio). A fase de berçário é intermediária entre os alevinos e a engorda, e o seu sistema também. Em números absolutos, as vazões de abastecimento e de recirculação menores e a demanda de investimento também é menor. Apesar disso, um sistema de juvenis já consegue alcançar densidades de estocagem de 35 a 45 kg/m3, demandando um controle preciso na gestão da concentração de compostos nitrogenados, sólidos e gases no sistema.
Esses avanços exigem maior desafio dos produtores, demandando um maior controle de parâmetros e processos e necessidade de equipe mais qualificada. No entanto, com certeza é uma das formas de estruturar o crescimento da piscicultura. Esse controle produtivo alcançado pelos sistemas de recirculação não só aumenta a segurança na produção, como também apresenta um diferencial no produto ofertado aos clientes.
Autor: Marcelo Shei - Fundador da Altamar Sistemas Aquáticos Santos, SP shei@altamar.com.br
Marcelo Shei é Biólogo Marinho, Doutor em Aquicultura pela FURG. Fundador da Altamar Equipamentos Aquáticos, empresa que atua na distribuição e desenvolvimento de equipamentos para bombeamento, filtração, desinfecção de água para Aquicultura. Em campo, possui experiência em larvicultura de organismos aquáticos, principalmente peixes marinhos, organismos-alimento e espécies ornamentais.
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